Gustavo Ermel
Gustavo Ermel

Vencer em casa é uma daquelas tarefas obrigatórias para times cotados para classificação à segunda fase de grupos da Série C. A razão é simples: mesmo sem a influência da torcida, os jogos tendem a ser dominados pelos mandantes. Perder a chance de pontuar dentro de seu quintal representa um desperdício que pode ter consequências sérias no momento de definição das vagas.

O Remo, que recebe o Manaus (AM), sabe bem quanto custa atirar pela janela pontos considerados praticamente ganhos. Foi assim com Tombense (MG) e Luverdense (MT), no ano passado. Foram 5 pontos desperdiçados, que fizeram muita falta nas rodadas finais.

Para deixar de vacilar em situações decisivas e encontrar um padrão mais construtivo, o clube decidiu trocar de comando há uma semana. Depois do segundo empate em casa, diante do Botafogo (PB), saiu de cena o estilo defensivista de Mazola Júnior, dando lugar a um projeto mais arrojado, com Paulo Bonamigo, voltando ao Baenão depois de 20 anos.

Mesmo levando em conta que o novo técnico dirigiu apenas 4 treinos, a expectativa é de que o time já produza mais ações ofensivas e passe a valorizar as jogadas construídas.

É preciso entender que o Remo, apesar do começo com boa pontuação e um sistema assumidamente pragmático, sofria muito com a liberdade que concedia aos adversários para se movimentar.

Aferrado à ideia de jogar por uma bola, o time se acomodava ao marcar um gol ou ficava atrás esperando uma oportunidade – que muitas vezes não aparecia – para encaixar um ataque.

Em nenhuma das 7 partidas disputadas até agora (2 vitórias, 4 empates e 1 derrota), o Remo tomou a iniciativa de atacar e intimidar o adversário. Nas 2 vitórias (Jacuipense-BA e Ferroviário-CE), começou mal e melhorou após fazer o primeiro gol. Ainda assim, na partida contra o time cearense, no Mangueirão, o domínio do visitante escancarou a timidez tática da equipe azulina.

Bonamigo chegou com o desafio de mexer nesse estado de coisas. O alto percentual de erros de passe é um dos problemas a serem imediatamente atacados. Para desenvolver um jogo de imposição e controle das ações, não há como abrir mão da qualidade e acerto na troca de passes.

A provável escalação não traz mudanças em relação à última formação utilizada sob o comando de Mazola. Carlos Alberto segue na articulação, tendo Eduardo Ramos mais à frente, com Tcharlles e Gustavo Ermel (ou Hélio Borges) avançados.

Mais do que as peças, importa a distribuição em campo e a atitude em relação aos objetivos do time. O torcedor azulino precisa readquirir confiança na equipe e nos planos de acesso à Série B.

Com Mazola, isso poderia acontecer, mas certamente com muito sofrimento. Bonamigo é a esperança remista de uma campanha um pouco mais festiva.

Blog do Gerson Nogueira, 27/09/2020

8 COMENTÁRIOS

  1. Vamos ver se o Bonamigo vai fazer milagre com esse elenco… minha preocupação é sair mto pro jogo e deixar nossa defesa em “bundas”.

  2. Se o Bonamigo conseguir fazer que o Rusch consiga dá um passe certo, e o Remo ficar pelo menos 10 segundos com a posse de bola, fez mais queno Mazola.

  3. Ontem o Vila empatou em casa com o Treze. Ferroviário ganhou fora do Imperatriz, mas não merecia pois pegou pressão o segundo tempo todo. O campeonato está equilibrado, como todos os anos, nada decidido. O Remo está na briga e vai tirar pontos de concorrentes à vaga também, jogando fora, tenho convicção disso. F

  4. NA MINHA OPINIÃO, PAULO BONAMIGO FOI A MELHOR OPÇÃO. PORÉM, ENTENDO QUE OS DIRIGENTES AZULINOS DEVEM PROJETAR UM TRABALHO A LONGO PRAZO E NÃO SOLUÇÃO IMEDIATA. CASO FOSSE DIRIGENTE TRABALHARIA UM PROJETO DE 2 ANOS,A COMEÇAR AGORA.

    • Verdade, por exemplo, o Remo poderia ter mantido o Neto Baiano pra este ano, mas acharam que ele não prestava e este ano trouxeram o Zé Carlos que é bem pior, resultado: a essa altura do campeonato o Remo não tem centroavante.

  5. Hoje o time do Remo deverá apresentar um futebol melhor do que vinha mostrando. Até porque, pior será difícil.

    Apesar do bom intervalo entre os jogos, a semana foi de renovação no grupo. E isto, por si só, servirá de motivação ao elenco azulino.

    A importância do novo Treinador Paulo Bonamigo para a mudança de mentalidade dos jogadores é fundamental. Eles têm que se “sentir vitoriosos” e jogar com consciência e confiança.

    O texto cita os quatro treinamentos realizados na semana. Eu pergunto. Algum foi realizado no Mangueirão?

    • Os treinamentos estão proibidos no Mangueirão por conta dos protocolos de segurança e saúde. Todas as dependências do estádio precisam passar por um processo de sanitização antes de cada jogo e o local é isolado até a hora em que os portões são abertos para a realização da partida.

      • Eu imaginava isso. Então, é como jogar sempre “fora de casa”, sem poder contar com o apoio do FENÔMENO AZUL. Esperemos que isso mude logo.

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