Zeca Pirão
Zeca Pirão

O presidente do Remo, Zeca Pirão, foi informado da decisão judicial e afirmou que estava satisfeito com a notícia, argumentando que decisão de juiz se cumpre. “Acredito que a decisão do juiz foi correta, porque campo de futebol não é lugar de atos de violência. Não quero, com isso, julgar decisão de juiz”, disse.

Pirão, após o ato de violência, chegou a dizer que iria proibir a entrada da organizada no estádio remista. Porém, o mandatário do clube admitiu publicamente que tinha uma relação próxima da Remoçada-Remista ao financiar balões e outros materiais para a torcida em dias de jogo. A proximidade, porém, acabou definitivamente, de acordo com as palavras de Zeca Pirão.

“Aceito qualquer tipo de protesto, desde que seja democrático e feito de forma pacífica. Por isso, não poderia aceitar jamais o que aqueles torcedores fizeram naquele dia, invadindo o treino, ameaçando os jogadores de agressão e atirando rojões na direção deles”, disse.

O incidente chocou a sociedade paraense e expôs uma discussão ampla a respeito da relação entre torcidas organizadas, com perfil violento, e os clubes de futebol. No início do ano, integrantes de torcidas organizadas chegaram a conversar com os jogadores do Remo durante um treinamento e, aparentemente, o bate-papo em tom intimidatório teve a complacência da gestão do futebol remista.

Por sua vez, o presidente do Remo, a despeito de comprar balões e outros materiais, negou que a diretoria azulina financiasse ingressos de torcedores ligados a estas torcidas, que costumam estar presentes até em jogos em praças esportivas longe da capital paraense. Faixas e gritos de guerra que incitam a violência são comuns nos estádios de futebol.

A denúncia, acerca do abatimento dos valores dos ingressos, é recorrente nos bastidores do futebol. Atualmente, os cartolas redobraram a atenção com a segurança em meio aos treinamentos do time de Roberto Fernandes e, publicamente, se esforçam para negar qualquer tipo de relação.

Amazônia, 07/05/2014