Como sempre acontece na semana de Re-Pa, o jogo começa bem antes do pontapé inicial em campo. As tretas, gozações e movimentação de bastidores fazem com que o torcedor não consiga pensar em outra coisa.
Até sábado (21/06), às 18h30, o cardápio das conversas será o clássico, mas desta vez, inteiramente diferente, valendo por uma Série B. Há 19 anos isso não ocorria!
O acesso do Remo no ano passado permitiu que os rivais se encontrassem na competição nacional deste ano, com embates muito aguardados desde que esta edição começou.
O primeiro será válido pela 13ª rodada e cercado de expectativas ainda maiores pela situação vivida pelos clubes. O Remo ocupa a 6ª colocação, com 20 pontos, enquanto o Paysandu amarga a “lanterna”, com 7 pontos.
O mau começo dos bicolores poderia dar a sensação de uma vantagem natural aos azulinos, mas não é assim que a banda toca no âmbito de uma das maiores rivalidades entre clubes brasileiros.
Por tradição, o clássico representa um ponto fora da curva. Significa que vantagens circunstanciais não entram nesse duelo particular. A superioridade pode ser facilmente anulada, o que quase sempre acontece em função das fortes emoções que envolvem partida. Foi assim nos 2 jogos válidos pelas finais do Parazão, que ocorreram com o Brasileirão já em andamento e com o Remo já em destaque.
Apesar disso, os confrontos não refletiram a posição dos times na tabela da Série B. O título estadual foi decidido nas penalidades, após uma vitória para cada lado – 3 a 2 para o Remo no primeiro, 1 a 0 para o Paysandu no segundo.
Nada mais ilustrativo do equilíbrio que reina entre os rivais e que deve prevalecer novamente no embate válido pela Série B.
A presença de dois técnicos estreantes em Re-Pa, Claudinei Oliveira e – provavelmente – Antônio Oliveira (ou Flávio Garcia), injetam um clima de imprevisibilidade ainda maior. Os desfalques anunciados (11 de cada lado, até a segunda-feira, 16/06) também ampliam as incertezas quanto às condições do jogo. Como se sabe, quanto mais dúvida, mais emoção!
Para os azulinos, a boa notícia é a provável presença do volante Jaderson entre os relacionados para a partida, depois de ficar por várias rodadas ausente por várias semanas, em face da grave lesão sofrida na decisão do Parazão. É o mais regular jogador do Leão, com a capacidade de imprimir dinamismo ao time, transitando de uma intermediária à outra.
No time bicolor, previsivelmente reformulado com a chegada de 10 reforços na janela de transferências, Denner deve ser titular no meio-campo, para tentar sanar a carência de criatividade que a equipe apresenta. Ao lado dos atacantes Diogo Oliveira e Garcez, ele apareceu bem na vitória diante do Botafogo (SP) – a primeira e única na competição.
Blog do Gerson Nogueira, 17/06/2025