Remo 3x0 Palmas-TO (Eduardo Ramos)
Remo 3x0 Palmas-TO (Eduardo Ramos)

O momento de instabilidade do principal jogador contratado pelo Clube do Remo nos últimos anos finalmente parece ter chegado ao fim. Com gols ou assistências, a cada partida, Eduardo Ramos mostra o quanto pode ser decisivo para o time. Antes do jogo de ida das quartas de final do Campeonato Brasileiro da Série D, contra o Operário (PR), o meio-campista revelou que não cobiça ser idolatrado pela torcida azulina, mas ressaltou a busca por um acesso que já é perseguido há 7 anos.

Bicampeão paraense e vice-campeão da Copa Verde com a camisa remista, Eduardo Ramos prefere esquecer o passado. Para ele, as próximas duas partidas do Leão têm um valor acima do normal.

“Sábado (10/10) começa a disputa mais importante do ano e acho que dos últimos 7 anos, que é o tempo que o clube vem brigando para sair dessa situação. É um jogo difícil. É mata-mata. Nesse momento, não existe nome, não existe camisa e nem tradição. Existe superação, respeito e dedicação. Estamos bem preparados. Sabemos que será difícil, mas também sabemos que temos condições de fazer um bom jogo e conseguir um bom resultado lá fora. Tudo o que a gente fez no ano vai passar por esses dois jogos”, analisou o jogador.

Craque do Campeonato Paraense de 2013 com a camisa do Paysandu, o meia atravessou a avenida Almirante Barroso cercado de desconfiança ao final daquela temporada. A apresentação oficial do então dono da camisa 33, que desceu de helicóptero no gramado do Mangueirão, foi marcada por vaias de uma parte da torcida azulina. No entanto, logo em sua estreia, Eduardo Ramos marcou um golaço contra o Gavião, na abertura do Parazão 2014. A partir daí, viveu bons e maus momentos no Baenão.

Sem conseguir colocar em prática as mesmas atuações apresentadas no rival, Eduardo Ramos demorou a encaixar no time remista. Por se tratar de um ex-bicolor, que carregava nas costas o símbolo de um tabu histórico, as cobranças nas arquibancadas só aumentavam. Ainda assim, ele conseguiu aparecer no momento mais importante, como, por exemplo, na reta final do Estadual, quando o Remo goleou o Paysandu por 4 a 1 e deu um passo largo para conquistar um título que não vinha desde 2008.

“Acho que o ano passado serviu de aprendizado. Nunca fugi dos meus compromissos, mas ano passado foi um pouco pesado e tinha isso em mente. Onde passei, graças a Deus, desde 2007, sempre conquistei alguma coisa. Já são 5 acessos e 2 títulos, então sempre venho conquistando alguma coisa”, argumentou.

Com a classificação à Série D assegurada, Eduardo Ramos foi transferido, por empréstimo, para o Joinville (SC), onde foi campeão brasileiro da Série B, embora pouco tenha atuado. Na volta ao Baenão, o jogador mais uma vez foi vaiado por um grupo de torcedores durante a apresentação oficial do elenco que disputaria as competições de 2015.

O começo desta temporada também foi complicado para o jogador. Eliminado do primeiro turno do Parazão, o Remo precisava conquistar o bicampeonato estadual para ter um calendário no segundo semestre. A fase era turbulenta, com poucas perspectivas de mudança, até a chegada de Cacaio. No período em que a crise dos salários atrasados explodiu no clube, o novo técnico contou com algumas lideranças dentro de campo, como Eduardo Ramos, para unir o elenco em busca de uma reviravolta que teve início com a classificação heroica para a final da Copa Verde, diante do Paysandu.

Depois, os azulinos eliminaram o Paragominas da semifinal do returno do Parazão, com um gol marcado por Eduardo Ramos que, na comemoração, puxou a contagem de 1 a 33, como tradicionalmente faz a torcida remista em alusão ao tabu – a comemoração se repetiu em outro gol marcado pelo meia na vitória sobre o Palmas (TO). Em seguida, mais um triunfo sobre o maior rival, dessa vez na final do segundo turno, o que garantiu o direito de decidir o título diante do Independente, também conquistado pelo Remo.

O troféu da Copa Verde esteve muito próximo de entrar para a galeria de conquistas do Leão, mas o Cuiabá (MT) conseguiu ser mais eficiente na decisão. No entanto, a principal missão do primeiro semestre já havia sido conquistada: a vaga garantida na Série D.

Com 9 gols e 10 assistências no ano, Eduardo Ramos tem mostrado o futebol que a torcida azulina queria ver desde 2014. Se o meia mantiver a sequência de boas atuações nas próximas duas partidas do time, a volta do Remo à Série C pode estar bem encaminhada.

“Além do Campeonato Paraense, tinha o objetivo de subir com o time. Planejei isso, foquei isso para a minha vida. Sei que ainda faltam dois passos importantes. Não conquistamos nada, mas estamos mais próximos. É muito trabalho e humildade. Não quero ser ídolo, quero deixar o meu nome aí com uma boa história. Pelo menos começar a colocar o Remo onde merece, que é, no mínimo, na Série C”, encerrou Eduardo Ramos.

Neste sábado (10/10), o Remo visita o Operário (PR), a partir das 19h, na cidade de Ponta Grossa (PR), no primeiro jogo das quartas de final da Série D, valendo vaga na Série C de 2016.

Portal Arquibancada, 08/10/2015