Angelo Carrascosa
Angelo Carrascosa

O acordo que o Remo fechou com credores na Justiça do Trabalho, em novembro de 2015, prevê o repasse imediato de 30% das rendas líquidas. Nesta Série C, o clube ainda não fez nenhum repasse e já tem um débito acumulado de R$ 95,5 mil. Por conta disso, Ângelo Carrascosa e Milton Campos saíram da comissão que fez a negociação. Não aceitam a tomada de decisões da presidência do clube, sobre a questão, sem sequer consultar a comissão. Domingos Sávio ficou como único representante do Conselho Deliberativo junto ao TRT.

Consultado pela coluna, o presidente André Cavalcante observou que a renda líquida dos 3 jogos (R$ 318.182,66) “não paga sequer meia folha do clube (atletas e funcionários)”.

“Para amenizar a situação, resolvemos utilizar os valores integrais, mas antes fomos à Justiça Trabalhista perguntar a tolerância a atrasos no recolhimento, o qual seria de 90 dias. Assim, utilizamos o percentual, mas já regularizamos a questão”, disse.

O presidente também fez questão de lembrar que o clube ficou 1 mês sem renda antes da Série C, “pela saída precoce do Campeonato Paraense e da Copa Verde”, alegou.

O advogado Ângelo Carrascosa vê “ato temerário” no atraso de repasses, risco de perda do acordo e consequente volta das investidas da Justiça no patrimônio do clube. O assunto será explorado quarta-feira (06/07) na sessão do Conselho Deliberativo.

[one_half last=”no”][colored_box color=”yellow”]Acordo fechado pelo Remo em novembro foi de R$ 5,6 milhões, com 27 credores, representados pelo advogado Henrique Lobato, pagando R$ 1,2 milhão à vista, mais 100% do patrocínio da Funtelpa (R$ 818 mil anuais) e do Banpará (R$ 54,5 mil mensais), além de 30% das bilheterias. Em abril foi fechado outro acordo, com Thiago Belém, o principal credor: R$ 100 mil de entrada e mais 40 parcelas mensais de R$ 40 mil, sempre de fevereiro a novembro.[/colored_box][/one_half][one_half last=”yes”]Processos do Remo na Justiça do Trabalho podem voltar para o juiz Jorge Vieira, contra quem o clube investiu com processo de exceção de suspeição, depois da anunciada venda da área do Carrossel, em outubro de 2015, embora o clube estivesse com dinheiro na conta do Tribunal para honrar compromissos. A relatora do Tribunal, desembargadora Mary Anne Acatauassu, rejeitou os argumentos do clube e indeferiu. O Remo contestou junto à mesma relatoria e aguarda o novo despacho. As alegações não questionam a honestidade do juiz, mas uma postura de intolerância, ou de “impaciência”, expressão usada pelo advogado Ângelo Carrascosa nas suas explicações.[/one_half]

Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 03/07/2016