Causou surpresa e gerou rebuliço a contratação de Marcos Braz para ocupar o cargo de executivo de futebol do Remo, função remunerada dentro da gestão.
Transcorridos 3 meses de seu desembarque no Baenão, pode-se dizer que o saldo é positivo, tanto no aspecto de retorno financeiro quanto na questão de ordem técnica.
Há um outro ponto satisfatório e ainda mais valioso na presença de Braz no futebol azulino – o reforço que trouxe à imagem institucional do clube no cenário nacional. Um exemplo claro é a facilidade com que o Remo passou a lidar com as transações internacionais, que normalmente emperravam e traziam atrasos prejudiciais ao time.
A expertise de Braz tem contribuído para viabilizar contratações de jogadores a que o Remo normalmente não teria acesso. A destreza para fechar negócios tem a ver com os anos de atuação pelo Flamengo (RJ), tratando com grandes clubes, empresários e instituições do futebol internacional. Não por acaso, pela primeira vez, o Remo tem lucrado com a negociação de jogadores para outros países.
Os que torceram o nariz, prevendo um fracasso retumbante da ousada aquisição do Remo, terão que rever as críticas iniciais. Algumas miravam o acordo financeiro com o dirigente, outras apontavam o risco de Marcos Braz não dar ao Remo a necessária prioridade e havia quem duvidasse que ele fosse acatar as diretrizes administrativas do clube.
Há algumas semanas, em meio à discussão sobre a permanência ou não do técnico António Oliveira, Braz foi posto no olho do furacão, questionado e cobrado pela torcida por supostamente blindar o treinador. Verdade ou não, o fato é que uma demissão quase certa se transformou em nova chance a Oliveira, dependendo dos resultados de campo.
Passado o momento de fúria sanguinária da torcida contra o técnico, o cenário mudou bastante, principalmente depois de nova vitória obtida fora de casa, contra o Amazonas (AM), em Manaus (AM). A proximidade com o G4 é outro ponto a justificar a manutenção da comissão técnica.
A experiência profissional é sempre uma virtude a ser valorizada, principalmente no universo do futebol, afeito a invenções e picaretagens de toda ordem. O questionamento sobre a suposta insubmissão à diretoria gerou até uma sessão de esclarecimentos no Condel azulino. A simples suspeita não resiste ao desdobramento do raciocínio – pecado seria ter um executivo sem voz e/ou iniciativa. De Marcos Braz se esperam atitudes e ousadias, sim!
Os planos de acesso seguem vivos no Remo, mas mesmo que não se concretizem, a ideia de contratar um “super-executivo” deve ser aplaudida. Pensar com grandeza é atributo dos grandes clubes. Para chegar ao banquete da Série A, buscou-se os caminhos adequados, tanto nas contratações – em sua maioria – quanto na pessoa encarregada de cuidar do futebol.
Blog do Gerson Nogueira, 12/09/2025