Pedro Rocha – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)
Pedro Rocha – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)

O basal de sono considerado normal é de 8 horas. Se o sono é fundamental para recuperação de energias das pessoas em geral, é ainda mais para atletas de alto rendimento.

Essa é uma preocupação crescente nos clubes mais estruturados e organizados, onde os treinamentos são executados conforme o sono de cada atleta na noite anterior.

No Remo, o executivo Marcos Braz se impôs para que o time não viajasse de madrugada a Chapecó (SC), para que não houvesse prejuízo de sono e impacto no rendimento em campo. Isso é decisão administrativa com base em constatação científica.

Consequências do déficit de sono

A queda de performance e a vulnerabilidade a lesões são apenas as principais consequências do rotineiro déficit de sono. Apesar de ser uma questão fundamental em um esporte de tanta intensidade e desgaste, nem todos os clubes a tratam com a devida importância e a imprensa não dá ao tema a atenção que deveria.

O médico Jean Klay, diretor no NASP (Núcleo Azulino de Saúde e Performance), disse que o Remo mantém um questionário cujas respostas dos atletas são cruzadas com dados laboratoriais e dados de imagens.

Assim, o clube monitora a qualidade do sono de cada um e dá à comissão técnica as informações científicas que orientam o planejamento dos treinos.

Monitoramento

Os clubes mais tecnológicos disponibilizam para cada atleta um “anel” que transmite as informações do sono direto para o sistema. Cada item desse custa cerca de R$ 2,5 mil. Um investimento que o Leão deve fazer, mais cedo ou mais tarde.

Pós-jogo

O pós-jogo dos atletas profissionais, nos clubes medianamente organizados, tem sessões de crioterapia e uso de relaxantes musculares. Um dos efeitos favorece o sono restaurador, absolutamente necessário à saúde e à performance dos atletas profissionais.

Além disso, os atletas são orientados a manter cuidados necessários à higiene do sono, como manter um ambiente silencioso e escuro, usar protetor de ouvido e visão, manter a temperatura apropriada, uma cama confortável, com rotina de horário para dormir entre 7 a 8 horas.

São orientações que valem para as pessoas em geral, mais ainda para atletas de alto rendimento!

Recomendações

Outras recomendações dos especialistas: até 4 horas antes de deitar, devem evitar comida pesada no jantar, evitar o uso de telas (celular, tablet ou televisão), evitar leitura de livros e o consumo de cafeína. O que também compromete o sono é a adrenalina, geralmente muito alta nos atletas após jogos importantes.

Viagens

Nas viagens que os times fazem de madrugada, o comprometimento do sono é inevitável. Até a década passada, um time que jogava à noite, fora de casa, já estava no aeroporto ainda de madrugada ou logo pela manhã do dia seguinte.

Quanto questionados sobre o tempo que dormiram, as respostas dos atletas foram que simplesmente não dormiram, pelo efeito da adrenalina e pelo horário da saída para o aeroporto. O resultado era um sono irrecuperável e impactos na performance e na saúde dos atletas.

Atualmente, os clubes possuem um acompanhamento científico e todo um suporte tecnológico para monitorar o nível de sono dos atletas. Essa evolução nos cuidados está nos avanços da ciência no esporte. Afinal, a intensidade crescente do futebol exige todo um suporte à performance física e condições mentais.

Dormir é treino

Uma noite bem dormida é tão importante quanto treinos físicos, táticos e técnicos, além do equilíbrio emocional. Afinal, isso tudo requer concentração, esmero e esforço com energias plenas, só recuperadas em condições apropriadas de sono.

Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 20/07/2025

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