António Oliveira – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)
António Oliveira – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)

O Remo segue esticando ao máximo a estadia do técnico António Oliveira. Perigosamente, diga-se!

A contratação foi errada desde o início, pelo retrospecto ruim e os salários – e multa – proibitivos, mas a insistência em manter um técnico contestado à frente do elenco é a admissão de que o projeto do acesso foi abandonado.

Na sexta-feira (29/08), ainda sob os efeitos da derrota para o Criciúma (SC), a saída do treinador foi especulada e chegou a ser admitida por fontes do clube. Porém, a situação mudou no meio da tarde. Oliveira comandou os treinamentos e a decisão foi adiada. O valor da multa – cerca de R$ 1,2 milhão – seria o provável motivo do impasse.

De toda sorte, há quem garanta que a situação está por um fio e o técnico deve ser dispensado nos próximos dias. É provável que sim, até porque é perda de tempo insistir com um profissional que não encontra soluções táticas no elenco caro e numeroso. Nada faz crer em mudança de cenário.

Quando os dirigentes anunciaram a disposição de brigar para chegar à elite, muitos duvidaram. Os investimentos provaram que o projeto era sério e ambicioso, faltou apenas combinar com as incertezas típicas da Série B. A saída repentina do técnico Daniel Paulista sabotou os planos iniciais, obrigando o clube a buscar uma solução à altura.

A laboriosa prospecção no mercado em busca de um nome capaz de conduzir o time ao acesso mostrou-se frustrada. A partir da boa campanha inicial, a impressão era de que o Remo estava bem preparado para se consolidar na disputa, ao lado de Coritiba (PR), Goiás (GO) e Novorizontino (SP), os principais destaques do campeonato até então.

Não foi bem assim. A opção por António Oliveira foi criticada por razões mais do que óbvias. Simplesmente, ele não tinha o perfil para dar continuidade ao trabalho de Daniel Paulista!

A diretoria insistiu e o resultado é o que se vê agora. Em 12 jogos sob o comando do técnico português, o Remo obteve 15 pontos e não conseguiu ingressar no G4. Chega até as bordas da zona de classificação e fica por ali, sem capacidade e força para ingressar no grupo seleto.

O revés frente aos catarinenses, o 7º tropeço em casa e até injusto no aspecto técnico, veio reforçar o retrospecto ruim e mostrou que o Remo enfrenta uma crise de afirmação quando joga em Belém, como se ficasse intimidado diante da vibrante torcida azulina. Até jogadores de papel destacado na campanha esmeram-se em perder oportunidades fáceis.

António Oliveira “subiu nas tamancas” durante a entrevista pós-jogo diante de perguntas normais sobre o desempenho da equipe. O gesto expôs a tensão interna, revelando o peso das pressões sofridas pela comissão técnica. O fato é que o prazo de validade já expirou!

Blog do Gerson Nogueira, 30/08/2025

1 COMENTÁRIO

  1. O Bayer leverkusen acabou de demitir o técnico holandês Erik Ten Hag, após três jogos no comando do clube. Enquanto isso, o Clube do Remo mantém o técnico português, com aproveitamento de time que briga para não cair.

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