Com o acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro em 2026, 33 anos depois da última vez que conseguiu subir de divisão, a diretoria azulina trata algumas renovações como prioridade para a montagem do novo elenco. Entre elas, está a do atacante Pedro Rocha, artilheiro da Série B, com 15 gols.
Entretanto, o clube sabe que o destaque que o jogador teve – com 19 gols e 9 assistências na temporada – despertou interesse de outros clubes. O nome da vez é o do Corinthians (SP), mas o atleta também teria sondagens de clubes de fora do país, mas de mercados menores.
Apesar do suposto interesse, o time paulista passa por um “transfer ban” que o impede de registrar novos atletas desde agosto, por determinação da Fifa. O “transfer ban” é uma punição imposta a clubes que não cumprem com pagamentos de transferências de jogadores, que os impede de registrar novos atletas até a quitação da dívida. O Corinthians (SP) está punido pelo não pagamento de cerca de R$ 40 milhões ao Santos Laguna (México), referentes à compra do zagueiro Félix Torres.
Em recente entrevista, o presidente Antônio Carlos Teixeira confirmou que as negociações para a renovação com o atacante já estão em andamento, mas admitiu que não tem sido tão fácil em face da valorização do atleta.
“É uma negociação complexa, mas ele tem interesse em ficar e o clube também”, disse.
Pedro Rocha fez uma avaliação de sua temporada vencedora com a camisa azulina, do ressurgimento na carreira em 2025 após temporadas irregulares, do foco em busca de objetivos pessoais e coletivos, da experiência na Série A e até da fé que o move no dia a dia.
Como você compara o fim de 2024 com o fim de 2025? Se antes havia alguma dúvida de algumas pessoas quanto ao seu desempenho e até futuro, você acha que esse sentimento mudou?
Foram anos totalmente diferentes. Vinha de um ano anterior recuperando de uma lesão, então esse ano foi o ano que mais joguei e, naturalmente, onde consegui fazer mais gols e desempenhar melhor. Então, acredito que sem dúvida esse sentimento mudou.
No dia a dia, você sempre se mostrou tranquilo e muito focado em busca da artilharia e de uma boa campanha pelo Leão. Isso sempre esteve com você ou foi a busca por um ano de virada na carreira?
Acredito que foi um conjunto de fatores. Sempre coloco objetivos no início da temporada e à medida que foram passando jogos e eu fui desempenhando meu melhor futebol, as metas foram aumentando. Acredito que foi um ano de virada, um ano abençoado e esse trabalho foi coroado.
Você foi absolutamente mais goleador quando atuou pelos lados do que centralizado, como um centroavante. Ficou mais do que claro onde você rende melhor e pode ajudar mais?
Acredito que sim, até porque foi a posição que mais atuei na minha carreira até hoje. Gosto de jogar também centralizado, mas jogando de extrema, pelos lados do campo, foi onde tive o melhor desempenho da minha carreira até hoje.
Você já defendeu outros clubes de massa como Grêmio (RS), Flamengo (RJ) e Athletico (PR), entre outros. Qual o diferencial que você viu no Leão, com o Fenômeno Azul?
Cada torcida tem sua particularidade, seu fanatismo. Cada clube é especial para mim. Todos eles que passei tive um carinho especial, mas o Fenômeno Azul é de verdade diferente e isso contagia a nós jogadores.
Com sua experiência na Série A, qual o tamanho do desafio a ser encarado ano que vem pelo Remo?
É um desafio muito grande. É um campeonato à parte, a Série A. Até por isso está entre os melhores do mundo, os mais disputados. Então, o desafio é muito grande, mas tenho certeza que o Remo está se preparando da melhor forma para que chegue o próximo ano e, ao iniciar a Série A, esteja preparado para enfrentar todos os cenários possíveis.
Você destacou mais de uma vez ser uma pessoa de fé e coube a você entrar em campo mais de uma vez com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Qual o papel da fé na tua carreira e no seu dia a dia?
A fé é muito importante na minha vida, no meu dia a dia e também na minha carreira, porque se estou onde estou hoje e conquistei tudo que conquistei na minha carreira, foi porque lá atrás acreditei que era possível. Quando a gente acredita e tem fé, as coisas acontecem! Então, fiquei muito feliz e honrado também de poder ter sido escolhido para entrar com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, porque ela nos abençoa e também abençoa todo o povo paraense.
Diário do Pará, 01/12/2025


