A 2ª derrota do Remo na Série B 2025, sábado (14/06), em Curitiba (PR), não alterou muita coisa na posição do time na tabela de classificação, mas gerou uma saraivada de críticas e queixas da torcida, insatisfeita com as circunstâncias da partida – o Leão levou uma virada com um gol aos 45 minutos do segundo tempo.
Parecia ter ocorrido uma catástrofe, se levadas em conta as furiosas reações na internet. Os tempos estão realmente mudados. Se a excelente campanha do Remo na Série B traz esperanças reais de acesso, provoca também um excesso de cobranças por parte do torcedor.
A paixão clubista muitas vezes obscurece a realidade. O fato é que o Campeonato Brasileiro é duríssimo, com várias equipes de níveis parecidos disputando o G4. Dos 20 clubes da Série B, pelo menos a metade tem chances reais de brigar pelo acesso – e o Remo é um deles, sim!
Ninguém desconhece o grau de dificuldades, mas a caminhada bem-sucedida até aqui fez com que o Remo se tornasse refém das expectativas criadas. Invicto até a 10ª rodada, quando perdeu para o CRB (AL), fora de casa, o time tem sido mais cobrado à medida que a competição avança.
Como o time começou a fazer a torcida sonhar, resultados negativos são rejeitados, mesmo que sejam normais, ainda mais jogando na casa de um adversário de histórico vitorioso em competições nacionais e internacionais. O Athletico (PR) é um time de Série A disputando a Série B e, por isso mesmo, cotado como um dos candidatos ao acesso.
Além de todas as credenciais do time paranaense, o Remo contabilizou baixas – por lesões – que impactam o desempenho. Para começo de conversa, o time não conta com o volante Jaderson, seu principal jogador na temporada passada, que se recupera de lesão grave sofrida no Re-Pa das finais do Parazão.
O Leão entrou em campo na Arena da Baixada sem o atacante Felipe Vizeu, contundido, além dos laterais titulares, Marcelinho e Sávio, peças essenciais no sistema de jogo praticado pelos azulinos. Para complicar mais as coisas, o goleiro Marcelo Rangel, um dos melhores da Série B, saiu contundido, assim como o zagueiro Klaus e o meia Régis.
Sim, o Remo saiu na frente, com um gol de Adailton, aos 50 segundos de bola rolando, finalizando a bela jogada iniciada pelo volante Pedro Castro. O desenrolar da partida favoreceu o Athletico (PR), muito mais organizado e chegando a deter quase 80% de posse de bola.
O Leão segurou a vantagem no primeiro tempo, mas sucumbiu na fase final ao melhor desempenho técnico do adversário. Faz parte. Há quem reclame das mexidas feitas pelo auxiliar técnico Flávio Garcia, talvez esquecendo que ele é um interino, com todas as limitações que essa condição impõe.
Derrotas causam irritação e descontentamento sempre, mas deve-se entender que algumas derrotas são normais e previsíveis, na conta das dificuldades e do equilíbrio de forças do campeonato.
Blog do Gerson Nogueira, 16/06/2025
