Mesmo com ingresso na mão, torcedores são barrados no Mangueirão e Remo leva caso à Polícia

A partida entre Remo e Corinthians (SP), ocorrida na noite desta quarta-feira (12/04), em Belém, teve um caso lamentável fora do Mangueirão, em duelo válido pela partida de ida da 3ª fase da Copa do Brasil.

Dezenas de torcedores – remistas e corinthianos – foram impedidos de entrar no estádio, mesmo possuindo ingresso em mãos. Um deles foi Gustavo Saab, torcedor do clube paulista, que relatou ter chegado logo após o início do jogo por causa do trânsito e foi impedido de entrar, dizendo que polícia havia dito que o estádio estava lotado.

“Cheguei cerca de 15 minutos atrasado, porque perdi mais de 3 horas no trânsito. Fiquei esperando até o começo do segundo tempo e não me deixaram entrar. A polícia alegou que o estádio já havia atingido a capacidade máxima, mas eu e muitas outras pessoas estávamos com ingresso comprado. Paguei R$ 200 e não pude entrar no estádio”, reclamou.

A torcedora azulina Úrsula dos Santos foi com o marido e o filho de 12 anos. Mesmo sendo sócia-torcedora do clube, também ficou do lado de fora do Mangueirão.

“A gente vai querer ressarcimento, porque trabalhamos o dia inteiro para vir para esse jogo, com ingresso na mão. Sentimento horrível de ser sócio-torcedor, pagar todo o ano, mesmo o Remo não tendo jogo o ano inteiro, mas a gente paga, porque ama o clube”, lamentou.

Os portões chegaram ser reabertos no início do segundo tempo e alguns torcedores conseguiram entrar. Segundo outros relatos, algumas catracas teriam apresentado problemas e muitas pessoas entraram no estádio sem que o ingresso fosse registrado no sistema.

Federação Paraense de Futebol, Secretaria de Esporte e Lazer do Pará, Polícia Militar e a empresa Imply, que produziu as catracas do novo Mangueirão, não se manifestaram sobre o ocorrido.

Após a partida, o presidente do Remo, Fábio Bentes, fez um comunicado na sala de imprensa do Mangueirão. Ele afirmou que o clube vendeu uma carga de ingressos abaixo da capacidade máxima do estádio – 53.635 pessoas.

“Não estava nos meus planos falar após o jogo, mas diante do ocorrido, o clube precisa se manifestar agora, até para dar uma satisfação para o nosso torcedor. É importante que isso seja feito”, declarou.

“Temos tranquilidade de afirmar que a carga vendida para o jogo foi abaixo da lotação do estádio. Tenho certeza que todas as emissoras, os órgãos de imprensa, possuem imagens que mostram bastante espaço, principalmente nas cadeiras dos dois lados. Tinha espaços também nas arquibancadas”, comentou.

“A gente teve a preocupação de fazer as imagens ao receber informações que os portões tinham sido fechados”, completou Bentes.

“A decisão não partiu do clube, somos contra essa decisão. Não tivemos concordância com isso. Registramos um boletim de ocorrência e pedimos que a Polícia Civil apure o ocorrido”, informou o presidente do Remo, alegando que não tem conhecimento de onde partiu a ordem de fechar os portões do Mangueirão e que vai esperar a apuração da Polícia Civil.

“Não temos como apresentar quem são os responsáveis por isso, mas estamos muito chateados, porque nosso torcedor comprou o ingresso, assim como o torcedor do Corinthians (SP), mas teve o direito de entrar no estádio cerceado. Queremos uma explicação para isso. Não posso apresentar uma conclusão, pois ainda não temos essa apuração, mas isso precisa ser apurado. Temos certeza que vamos ter a contribuição do estádio para a apresentação das imagens das coisas que ocorreram”, concluiu.

Globo Esporte.com, 13/04/2023