Felipe Conceição
Felipe Conceição

Goiás (GO) e Remo farão um jogo grande, como gostam de falar os boleiros. Significa que há mais engajamento e foco quando adversários credenciados se enfrentam em partidas desse porte.

Em termos de campeonato, o confronto válido pela 17ª rodada não é tão decisivo, mas para o Remo tem muita importância. É a oportunidade de dar uma resposta ao torcedor após a horrorosa apresentação de sexta-feira (06/08), contra o Operário (PR).

O que mais chocou não foi a derrota em casa, mas o desleixo com que o time se apresentou, sem o menor sinal de comprometimento e organização. Comportou-se como um bando, incapaz de se impor ante um adversário fragilizado pela perda de um atleta logo nos primeiros minutos.

O que o Leão apresentar nesta terça-feira (10/08), em Goiânia (GO), vai dizer muito sobre suas ambições na Série B. Até a rodada passada, imaginava-se que o projeto era de permanência. A pífia exibição deixou no ar a suspeita de que a realidade é mais cruel. Jogando daquele jeito, o Remo vai brigar para não cair!

Até mesmo a posição intermediária, ocupando o 13º lugar, pode ficar ameaçada nas próximas rodadas. A gordura de 6 pontos em relação ao primeiro time da zona do rebaixamento não é tranquila, principalmente pela sequência de jogos. Após o Goiás (GO), o Leão pega o Vasco (RJ), no Baenão.

O técnico Felipe Conceição está completando um mês no comando da equipe. Sua trajetória até aqui parece uma montanha russa. Começou com derrota, venceu 3 partidas, perdeu as 2 seguintes, ganhou outra e caiu feio na última rodada. Precisa dar um jeito de abraçar a regularidade, a fim de manter distante o risco de uma derrocada no returno.

É importante observar que o Remo, desde o Campeonato Paraense, tem tido dificuldades em se estabilizar. Ganhou um pouco de consistência com a formatação inicial na Série B, mas as fragilidades logo apareceram e o time foi parar na última colocação.

Com Felipe, houve uma reação, criou-se uma expectativa de que viria a evolução e a segurança no desempenho, mas até agora isso não se confirmou, muito em função das mudanças de peças na equipe, que comprometem inclusive a boa solução encontrada pelo técnico ao optar por um sistema móvel no ataque, sem a presença do centroavante fixo.

Nos últimos jogos, o esquema não funcionou. Contra o CSA (AL), apesar da vitória, a ausência do meia Felipe Gedoz levou à escalação de Renan Gorne. Diante do Operário (PR), outros 3 titulares estavam fora – Anderson Uchôa, Erick Flores e Victor Andrade – e o ataque simplesmente não existiu.

O trio retorna contra os goianos e, com ele, a esperança de uma volta à configuração tática que garantiu aquelas 3 vitórias seguidas, contra Brusque (SC), Ponte Preta (SP) e Cruzeiro (MG).

Erick Flores, principalmente, mostra-se cada vez mais útil, participando de quase todas as situações de jogo, tanto na parte defensiva quanto na frente. Com ele, Gedoz tende a render mais e os volantes ganham um reforço no combate direto aos atacantes adversários.

Anderson Uchôa é responsável pela saída de qualidade e Victor Andrade é o atacante mais agudo, que torna o jogo mais vertical e menos dependente de cruzamentos.

Blog do Gerson Nogueira, 10/08/2021

1 COMENTÁRIO

Comments are closed.