João Nasser Neto (Netão)
João Nasser Neto (Netão)

Azulinos e bicolores tiveram que “descer do salto”, agora em débito com os torcedores, depois que o Paysnadu negou fogo em Castanhal e o Remo foi caricato no Espírito Santo. Pior para João Neto e João Brigatti, que absorveram mais pressão para o Re-Pa.

Moralmente, o duelo entre eles está de igual para igual. Os dois técnicos estão construindo os seus times com a mesma ousadia, trabalhando em conceitos táticos incomuns para os atletas. O sistema de linhas na marcação tem funções que a maioria dos atletas ainda está assimilando e exigem atenção em dobro.

O Re-Pa vai ter esse empenho tático e mais esforço físico, por ser um jogo de bravura, fadado a produzir heróis e vilões em campo. É o típico jogo em que o João vencedor será “bestial”; e o perdedor, a “besta”. Ou ambos podem sair na mesma, na provável hipótese do empate.

Clássico torna-se mais tenso

Com os dois times em débito e o Re-Pa ser desconhecido de 80% dos atletas, com tanta cobrança de ambos os lados, seguramente o clássico torna-se mais tenso. Nesse caso, pior para a arbitragem na missão de manter o controle. Ainda bem que o apito será de Dewson Fernandes, árbitro Fifa.

Os bicolores já faziam o discurso da bravura desde o início da semana. Os azulinos aderiram pela derrota na Copa do Brasil. Atletas dos dois lados parecem assustados com o que ouvem e lêem sobre o Re-Pa. O perigo é alguém se exceder na virilidade e ser expulso, o que é bem comum nesses casos.

Mangueirão

Plenitude do Mangueirão seria com 45 mil lugares. Essa capacidade caiu em 2013 para 35 mil, até que sejam construídas mais duas rampas. Menos mal que está garantido o limite mínimo de 35 mil lugares para o Re-Pa, em segurança, depois da interdição parcial.

Salto alto

Auto-suficiência atrapalhou o Remo no Espírito Santo. A goleada sobre o Independente e a má campanha do Serra (ES) neste começo de temporada criaram a ilusão de que o jogo não seria tão difícil. O time azulino não se impôs e pagou com a eliminação, perdendo a visibilidade e o dinheiro (no mínimo R$ 800 mil em cota e bilheteria) que teria enfrentando o Vasco (RJ).

Justiça do Trabalho

Já estava decidido no Remo que os R$ 625 mil de cota da próxima fase da Copa do Brasil iriam para a Justiça do Trabalho. Seria um avanço no abatimento e quitação de débitos, como já ocorreu com a cota da 1ª fase. Pelo menos, o clube já não deve ter bloqueio de renda no Re-Pa.

Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 15/02/2019