Jaquinha
Jaquinha

Os 3 laterais remanescentes do elenco do Clube do Remo já tiveram alguns bons momentos, fazendo boas jogadas com a camisa azulina. Porém, ao longo dos últimos meses, houve uma queda de rendimento e a torcida não perdoou. Desta forma, é preciso fazer com que os jogadores consigam voltar a viver um futebol melhor, recuperando sua autoconfiança.

O treinador Léo Goiano comentou que tem buscado conversar com Léo Rosa, Jaquinha e Gerson, para que consigam retomar as boas atuações. “Eles estão comprometidos e querem muito dar uma resposta ao torcedor, para a comissão, para o grupo. Preciso confiar neles”, afirmou.

“Configuro uma maneira de jogar, mudo poucos os atletas. Nossa ideia de jogo é clara, muito forte na defesa e intensa. Eles vêm mostrando isso. Temos de trabalhar, que sempre vai ter algo a fazer melhor”, destacou.

Goiano ressaltou ainda a qualidade dos laterais que tem no grupo. Atualmente, os titulares são Jaquinha (esquerdo) e Léo Rosa (direito). Sobre o camisa 6, o treinador comentou que ele vinha de um tempo parado, mas que fez uma grande partida contra o Fortaleza (CE). Em relação a Léo Rosa, o técnico destacou que ele foi o melhor lateral-direito do Parazão.

“O atleta não esquece de jogar. Precisamos recuperar a confiança deles, a autoestima, para que eles voltem a nos oferecer a melhor versão de cada um”, argumentou o comandante.

Léo Rosa, Jaquinha e Gerson são cobrados até mesmo quando fazem boas jogadas ou a equipe vence. Entretanto, jogando em um clube de massa, como é o Remo, eles precisam encarar com naturalidade a pressão.

Para Jaquinha, muitas vezes a imprensa é a responsável pelas cobranças do torcedor, já que as críticas feitas pela crônica acabam formando a opinião da torcida.

“Às vezes, a imprensa nos joga contra a torcida. Acho que não acompanham o nosso dia a dia, não sabem o que tá se passando e isso atrapalha um pouco”, comentou.

“A torcida pede para jogar com raça e amor, mas a gente não pode errar um passe que já começam a vaiar. As coisas desandam às vezes, o resultado não vem, mas precisamos estar preparados emocionalmente para jogar bem”, destacou o camisa 6.

Outro ponto destacado por Jaquinha é em relação aos pedidos para a contratação de laterais, que foram feitos durante o ano todo. “Gerson veio para jogar. Foi mal duas vezes e começaram a perguntar ‘cadê o Jaquinha?’. Deslocaram o Tsunami, ele foi e voltou o ‘cadê o Jaquinha?’. Aí, joguei como o professor pediu, marcando, e claro que erro de passe é normal, mas volta a história de contratar lateral”, analisou.

“Se o torcedor quiser xingar, que xingue. Eles querem a vitória. Temos de nos fechar e o que vier de fora não pode atrapalhar. O que me interessa é fazer um bom trabalho”, ressaltou. “É só ganhar os jogos e deixar falar. Se a gente conseguir o acesso, o cara vai esquecer tudo isso. Se a gente conseguir, somos craques. Ou até não, para uns ainda somos filhos da p…”, argumentou.

O dito popular “Se nem Jesus Cristo agradou a todos, não sou eu que vou agradar”, pode ser usado para o atual momento dos laterais do Clube do Remo. O lateral-esquerdo Gerson comenta que o torcedor tem todo o direito de cobrar. Entretanto, ele destaca que todos os técnicos que passaram pelo Leão, ficaram satisfeitos com o desempenho dos atletas.

“Tivemos muito apoio, mas não podemos agradar a todos. A torcida vem pegando no pé dos laterais, infelizmente, mas sabemos que estamos fazendo um bom trabalho, que tem agradado os treinadores que passaram aqui e vamos continuar assim”, destacou.

O azulino ressalta que muitas vezes os laterais são cobrados para fazerem uma jogada mais ofensiva, mas o pedido do treinador é de que eles joguem na defesa.

“Fica essa confusão de que o lateral não vai ao fundo, não cruza. Com o Josué Teixeira e o Oliveira Canindé (ex-técnicos do Remo), era para eu ficar mais atrás, pois tinha o Edgar e não precisava ir. Quando dava, eu subia”, explicou Gerson, ressaltando que é preciso a torcida ter um pouco mais de paciência com todos.

“A gente aceita a crítica. O que seria de nós sem a torcida? Eles apoiam, mas também cobram. É só ter um pouco de paciência. A gente cumpre funções e nem sempre o que a gente faz é o que a torcida quer”, destacou.

“Minha função, primeiramente, é não tomar gols. Fico feliz porque venho tendo total confiança do meu treinador. Quando voltar a jogar, vou fazer o que o meu treinador pedir e peço que torcida tenha paciência”, concluiu.

Diário do Pará, 23/07/2017