Dar a autonomia administrativa cobrada pelo grupo que se dispõe a comandar o futebol do Remo, significa para Manoel Ribeiro abrir mão de poder para ficar com a cadeira presidencial. Negar a autonomia, significa manter o poder e se isolar, sem condições de gerir o clube, por falta de lastro financeiro, de competência e de credibilidade.
Em qualquer hipótese, Manoel Ribeiro tem o risco de ser destituído pelo Conselho Deliberativo por supostas irregularidades na administração ou ter que renunciar por pressões que incluem até ameaças à integridade física. A família dele está assustada.
Manoel Ribeiro é um homem de 80 anos que já havia presidido o Remo em 1974/75, 1978/79, 1984/85, além de uma interinidade de 7 meses em 2015 e, agora, 2017/18. Fez história como “Marechal da Vitória” nos dois primeiros mandatos, mesmo assinando a perda do Posto Azulino para pagamento de dívidas. Teve um péssimo terceiro mandato.
Desta vez, sua única chance de dar certo era em aliança com quem compensasse sua defasagem. Teria que ser um agregador por excelência. Porém, ao contrário, desagregou tanto que o seu vice, Ricardo Ribeiro, viu-se forçado a licenciar-se.
A rejeição é crescente. Manoel Ribeiro virou o maior símbolo de atraso no Leão. Está vivendo um desgaste desnecessário, agarrado a um cargo que não o engrandece em nada e ainda perturba os familiares. Até quando?
[colored_box color=”yellow”]A autonomia exigida pelo grupo de Milton Campos no comando do futebol do Remo incluiria a direção dos epartamentos Comercial, Marketing e Financeiro. Assim, o grupo trabalharia na geração e na administração de receitas e despesas do futebol, sobretudo de salários e compromissos com a Justiça do Trabalho. O presidente Manoel Ribeiro deu a palavra que aceita, mas terá que haver garantia oficial.[/colored_box]
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 22/09/2017