Ter atletas com talento demais para a mesma posição é um problema no futebol? Ou para talento sempre se arruma espaço? São perguntas bastante recorrentes e, no Clube do Remo, se traduziu, no último ano, em: Eduardo Ramos e Flamel podem jogar juntos?
Desde a temporada passada, foram poucas oportunidades em que a dupla atuou junta. Flamel se tornou titular depois que Eduardo trocou o Remo pelo Santo André (SP), no início de 2017. Após o retorno de Ramos, o meia paraense jogou poucas partidas ao seu lado, antes de sofrer uma lesão e passar bom tempo no estaleiro.
Quando saiu do DM, Flamel levou um tempo se recondicionando e viu o Leão adotar, por vários jogos, em um esquema com 3 volantes e Eduardo encarando sozinho a missão de armar as jogadas.
Entretanto, ele foi paciente e, quando o time mais precisou, reapareceu no time titular mostrando eficiência na dobradinha: Eduardo marcou 2 gols, enquanto Flamel participou da jogada do primeiro gol e fez o cruzamento “na medida” para o segundo.
“Esse jogo foi fantástico! A atuação do Flamel foi brilhante, fantástica! Ele já vinha caminhando para essa situação de entrar no time e ser decisivo. Eduardo também já estava merecendo, porque vem trabalhando para ser protagonista na competição e desde a minha chegada ele tem trabalhado demais”, comentou o técnico Léo Goiano.
Para o melhor aproveitamento da dupla, foi necessária uma mudança tática no desenho do time. Eduardo Ramos foi deslocado do meio para o ataque, aparecendo como um “atacante surpresa”. As duas jogadas de gol foram baseadas em infiltrações rápidas na área para o arremate.
A função de triangular, tocar e armar jogadas, outrora cumprida pelo meia, ficou em grande parte nas mãos de Flamel, que teve atuação quase impecável no aproveitamento de passes e lançamentos.
Diário do Pará, 22/08/2017