Remo 2x1 PSC (Tsunami)
Remo 2x1 PSC (Tsunami)

Apesar de um time financeiramente bem mais modesto que o rival, o Remo saiu vitorioso do primeiro Re-Pa de 2017, o que foi bastante exaltado pelo técnico Josué Teixeira. A equipe azulina formada por muitos atletas “cabanos” jogou dentro das suas limitações, atraindo o adversário para o seu campo e explorando contra-ataques. Assim, o atacante Edgar conseguiu balançar as redes 2 vezes e decretar a vitória azulina sobre o Paysandu, na tarde deste domingo (12/02), no Mangueirão.

A partida contou com momentos controversos, que serviram para apimentar o clássico. Edgar estava um pouco à frente da marcação, em posição irregular, no primeiro gol que marcou à favor do Leão, mas o impedimento não foi marcado. Do outro lado, Josué Teixeira foi expulso no começo do segundo tempo após reclamar de forma exaltada da arbitragem, mas o treinador acabou minimizando o ocorrido ao término do duelo.

“Não xinguei árbitro e nem bandeira, não fiz nada. Acho que o árbitro, já no primeiro tempo, deixou de marcar algumas faltas para o Remo, mas marcava para o Paysandu. No começo do segundo tempo, ele marcou uma falta para eles que, na verdade, era para nós. Ele falou para mim ‘calma, professor’. Como vou ter calma? Estava sendo prejudicado. Não marcaram um pênalti clamoroso sobre o Léo Rosa. Não ofendi ninguém. Se ele botar isso na súmula, vai estar mentindo”, apontou Teixeira.

Para evitar entrar em polêmicas, o técnico preferiu exaltar o espírito de luta da equipe. Com uma folha salarial bastante inferior a do adversário, Josué Teixeira afirmou que o resultado prova que é possível montar equipes competitivas mesmo com baixo orçamento.

“É uma vitória importante para esse time cabano. São vários garotos jovens, ninguém no DM e todo mundo querendo trabalhar. Estão aqui dentro, com toda a pressão em cima deles. Estamos recuperando um grupo de jogadores que ninguém apostava mais, mas estamos apostando! Tsunami jogou muito bem. Igor João fez uma partidaça ao lado do Henrique”, comentou.

“Belém é um celeiro de jogadores. Não precisa trazer gente de fora. A gente está buscando fazer um projeto muito sério no Remo, sem vaidades. O Remo é gigante e a gente é só uma peça dentro desse clube”, exaltou o treinador carioca.

Josué ainda explicou as suas mexidas na equipe. Logo de começo, surpreendeu colocando Val Barreto entre os titulares. No segundo tempo, moveu Jaquinha da lateral-esquerda para a meia-direita, lançando mão do garoto Caio Ribeiro, formado na base bicolor.

“No segundo tempo, o Paysandu avançou as linhas de marcação e nos deu espaço para contra-ataques do jeito que a gente gosta, mas não estávamos encaixando. Depois que eles tiveram o jogador expulso, esse espaço apareceu melhor para a gente. Ele (técnico Marcelo Chamusca) tentou corrigir com o Ricardo Capanema, mas o Jaquinha estava bem no jogo. Podem me criticar porque não coloquei o Fininho antes, mas teria 2 organizadores em campo e não um jogador de transição, por isso deixei o Jaquinha na frente. Val segurou a marcação na área e isso abriu espaço para o Edgar”, contou.

Por fim, o treinador do Remo decidiu passar uma mensagem de superação ao elenco remista, afirmando que confia muito nos seus comandados.

“A gente tem as peças para mexer. Val é um jogador que, no histórico do Re-Pa, entra bem, sempre faz alguma coisa. Ele também vem buscando espaço. A gente tem que ser sincero com os outros jogadores. Falei com o Jayme que ele não deixou o time por deficiência técnica. Falei com o Gabriel (Lima) que ele ainda é muito novo. Falei com o Nano que ele ainda não estava bem fisicamente. Hoje (domingo) era o jogo do Val. Foi uma escalação honesta”, disse.

“A mesma coisa aconteceu com o Caio. Precisava do Jaquinha mais na frente e ele (Caio) saiu do jogo chorando e me agradecendo pela oportunidade, porque já tinha atuado no Paysandu, mas só hoje fez o primeiro clássico dele”, explicou Josué Teixeira, que contou ainda com uma benção especial, horas antes do clássico. “Hoje cedo tive a chance de conhecer a Basílica de Nazaré. Participei da missa e tive uma benção especial”, concluiu.

O Remo volta a campo pelo Campeonato Paraense apenas no próximo domingo (19/02), contra o Paragominas, em Belém. Antes disso, o Leão enfrenta o Brusque (SC), pela Copa do Brasil. A partida será na quinta-feira (16/02), fora de casa.

Globo Esporte.com, 12/02/2017