Tsunami
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A expectativa maior em torno do jogo da noite desta segunda-feira (05/06), em Aracaju (SE), é pela estreia do Remo. Até agora, o time jogou, mas não estreou. A Série C está na quarta rodada, mas o time azulino ainda deve uma atuação digna de um pretendente ao acesso.

Na estreia, venceu às duras penas o Fortaleza (CE), no Mangueirão. Depois, perdeu para o ASA (AL), em Arapiraca (AL), e empatou com o Cuiabá (MT), em Belém. Foram 3 atuações sofríveis, com um time errático, marcando mal, criando pouco e apresentando e erros primários de posicionamento.

Contra o Confiança (SE), o Remo terá ser diferente de tudo o que foi no campeonato. Além de mostrar um futebol mais convincente, precisa resgatar o espírito “operário” visto no Campeonato Paraense, na equipe formada quase toda por jogadores da terra.

Há motivos para acreditar na recuperação. O principal deles é a entrada de Eduardo Ramos no meio-campo, para executar tarefas que nenhum dos armadores trazidos para a Série C conseguiu cumprir: criar jogadas e ditar o ritmo da equipe. Dois importados já foram embora – Ronny e Danilinho – e outros dois – Mikael e Kaio Wilker – só permanecem graças à generosa avaliação do técnico Josué Teixeira.

A presença de Tsunami como volante buscar assegurar marcação mais sólida no meio e a volta de Léo Rosa pode fazer com que a equipe tenha finalmente um lateral de verdade pela direita.

Nas entrevistas sobre a partida, o técnico destacou seu retrospecto no clube, comparativamente superior ao da temporada passada quanto ao aproveitamento de jogadores regionais: 19 no elenco atual. É verdade que Josué tem os méritos por essa mudança, mas é fato também que abriu mão dos regionais assim que começou a Série C.

Por sinal, a mudança abrupta na equipe, deixando de lado a base formada no Parazão, desponta como a grande causa da campanha insossa que o Remo produziu até agora na Série C. Depois do tropeço em casa diante do Cuiabá (MT), Josué foi pressionado pela torcida e abriu mão de sua opção pelos “forasteiros” para escalar um time bem parecido com o do Estadual.

Com 6 remanescentes da campanha no Parazão em campo, é possível que a equipe consiga desenvolver um jogo mais organizado e competitivo, embora o desentrosamento deva continuar em face das várias alterações e da permanência de jogadores que se mostraram muito limitados – casos de João Paulo e Mikael.

Surgiram especulações de que a partida pode marcar a despedida de Josué Teixeira, independentemente de vitória ou derrota. O desgaste tem se acentuado e o discurso crítico adotado pelo treinador em relação às divisões políticas do clube é revelador de um descontentamento mais profundo.

O certo é que, com 4 pontos ganhos, o Remo joga uma cartada decisiva contra o Confiança (SE): pode ir ao céu, alcançando o G4 em caso de vitória, ou ao purgatório, permanecendo na 6ª posição, distante apenas 1 ponto da zona de rebaixamento, na hipótese de um resultado negativo.

Blog do Gerson Nogueira, 05/06/2017