O técnico Marcelo Veiga, o zagueiro Brinner e o meia-atacante Fernandinho são profissionais que talvez o Remo não tivesse contratado sem a vitrine da Série C, cuja visibilidade foi significativamente elevada pelos canais Esporte Interativo e TV Brasil.
Para o clube, é a constatação da mudança de patamar, depois das inúmeras rejeições por jogadores e treinadores nos 7 anos que passou como aspirante à Série D. Até mesmo jogadores regionais disseram “não”, como Michel (São Raimundo, 2010) e Soares (Ananindeua, 2011). Pesava mais ainda nas rejeições o descrédito do clube pela rotina de atrasos de salário, que, felizmente, vem sendo quebrada.
Por enquanto, o Leão Azul ainda não colhe frutos financeiros nesse novo patamar. Afinal, a Série C não rende cotas de TV como a Série B, por exemplo, que este ano vai dar R$ 5 milhões ao rival Paysandu. Pela posição de honra, pela visibilidade ainda maior e pelo dinheiro da Série B, o Remo vai à luta por mais um acesso, obstinadamente.
A Série C, que começa para o Leão na Arena Pantanal, no próximo dia 21/05, contra o Cuiabá (MT), terá 18 rodadas semanais na primeira fase. Em cada grupo, 10 clubes vão disputar 4 vagas em jogos de ida e volta. A partir da segunda fase, só “mata-mata”, cruzando clubes dos 2 grupos. Logo no primeiro “mata-mata”, entre o final de setembro e início de outubro, será decidido o acesso à Série B.
O Remo está desatolando, mas ainda patina, dando a impressão de que vai repetir passos cumpridos pelo rival bicolor nos últimos 3 anos. Contudo, isso só vai acontecer se o Leão romper as amarras ainda impostas por gente ultrapassada que ainda tem amplo poder no clube.
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 08/05/2016