Um gol aos 5 minutos esfria qualquer entusiasmo. Foi assim com a torcida azulina, sábado (25/06) à noite, no Mangueirão. Jones Carioca, um atacante baixinho, balançou as redes azulinas depois de apagão da dupla de zaga Brinner e Max. A bola veio baixa e o jogador do ABC (RN) se esticou para cabecear no canto esquerdo da trave de Fernando Henrique.
O Remo mergulhou então em um período de desordem, errando passes e buscando sair a todo custo para o ataque. Desorganizado, o time não conseguia encaixar boas jogadas, o que redobrava o nervosismo.
Boa parte da desarrumação teve a ver com a formação surpreendente que o técnico Marcelo Veiga mandou a campo, com Fabiano na lateral-esquerda e Wellington Saci como falso atacante. Só funcionou nos primeiros minutos, quando o time foi à frente e engatou ataques fortes.
Em desvantagem no placar, os antigos problemas vieram logo à tona. Além da insegurança crônica no miolo de zaga, a participação de Eduardo Ramos voltou a ser obscurecida pela falta de um jogador que o auxiliasse nas movimentações. Allan Dias, sumido, não fazia o necessário acompanhamento, permitindo que marcadores ágeis do time potiguar anulassem Ramos.
O lado direito remista seguia sendo o melhor caminho para chegar ao gol, mais pela insistência e determinação de Levy do que por eventuais facilidades permitidas pela zaga. Foi dele o chute mais perigoso do Remo contra a meta potiguar, quando invadiu a área e bateu cruzado, acertando o poste esquerdo do goleiro.
Foi em jogada pelo meio que surgiu o gol azulino. Depois de falta sofrida por Edno, Eduardo Ramos cruzou na área e o próprio Edno raspou de cabeça, empatando a partida, aos 23 minutos.
Apesar do entusiasmo gerado pelo gol, o Remo seguiu tropeçando nos próprios erros e não soube aproveitar os momentos de desatenção concedidos pelo ABC (RN). Mesmo sem alguns titulares, o time de Geninho era visivelmente melhor distribuído em campo, tocando a bola no tempo certo e aproveitando as mínimas chances para chegar ao ataque.
O ex-azulino Alex Ruan na ala esquerda mostrou-se agressivo e disparando chutes perigosos em direção ao gol. No ataque, Jones se movimentava bastante, inquietando os zagueiros do Remo.
Depois do intervalo, com o incentivo permanente da torcida, o Remo pressionou muito e esteve perto de marcar. Edno perdeu duas belas oportunidades, errando no toque final, Ciro tocou por cima do gol e até Allan Dias e Patrick desperdiçaram bolas dentro da área.
Ocorre que nenhum desses ataques tinha sequência normal ou trabalhada. As jogadas surgiam por acaso, na base apenas do entusiasmo. Apesar da boa atuação de Levy e Yuri, o Remo continua a depender muito de lampejos individuais. Não há esquema definido e, com isso, qualquer adversário se torna difícil de superar.
[colored_box color=”yellow”]A caça ao novo comandante
Logo depois do novo empate no Mangueirão, o técnico Marcelo Veiga pediu demissão. Dirigentes acreditam que ele iria se demitir com qualquer resultado, pois já teria acertado retorno ao Bragantino (SP).
Para o torcedor, a notícia significa alívio diante das más jornadas do Remo sob seu comando. Para a diretoria representa uma batalha inglória em busca de um nome que se adapte ao clube e seja capaz de conduzir ao tão sonhado acesso.
Não será fácil encontrar um bom nome, com rodagem suficiente e sem vinculação com esquema de jogadores e empresários, item mais preocupante no atual estágio do futebol brasileiro.
Ricardinho, Claudinei, Lisca e até Dado Cavalcanti foram mencionados durante todo o domingo (26/06), mas a diretoria mantém sob sigilo o nome escolhido para assumir o time.[/colored_box]
Blog do Gerson Nogueira, 27/06/2016