Remo 5x3 Águia (Ciro)
Remo 5x3 Águia (Ciro)

Com 3 gols e mais 3 ou 4 grandes aparições na área, Ciro saiu do estádio Mangueirão, na tarde deste domingo (31/01), como o principal nome da rodada inaugural do Parazão, com todos os méritos. Quando encontrou espaço para se movimentar na entrada da área do Águia, com Eduardo Ramos e Chicão mais próximos, mostrou que tem tudo para ser o “homem-gol” que o Remo buscava há tempos.

Porém, Ciro não foi o único destaque do confronto entre Remo e Águia. Flamel veio logo atrás, com um golaço no segundo tempo que silenciou por alguns segundos a ruidosa torcida azulina. Apanhou uma bola rebatida do meio-campo e encobriu magistralmente o goleiro Fernando Henrique, que estava muito adiantado. Mais do que o cochilo tenebroso dos defensores, deve-se ressaltar a sagacidade e a categoria de Flamel, que ainda faria um outro gol, depois de rebote do goleiro na cobrança de um pênalti.

Eduardo Ramos também encheu os olhos do torcedor. A questão é que, como já é ídolo remista, sua atuação não chegou a surpreender. Ao final do jogo, Marco Goiano e Michel, estreantes, foram muito aplaudidos, bem como Chicão, que participou ativamente de 2 gols e quase deixou o seu quando o placar já apontava 5 a 3 para o Remo.

Do lado aguiano, Joãozinho e Edinaldo também foram peças destacadas, pela velocidade e disciplina tática. Joãozinho, arisco desde sempre, ocupou inicialmente a faixa direita do ataque. Foi por lá que, logo aos 3 minutos, fez um carnaval de dribles em cima dos zagueiros e passou na medida para Valdanes escorar para o barbante. Podia ter ampliado, alguns minutos depois, mas chutou rente ao poste. Edinaldo apareceu sempre à vontade pela ala esquerda, criando problemas para seus marcadores diretos e enfiando bolas preciosas para os atacantes.

Quem vê a contagem elástica favorável ao Remo, imagina que o time rendeu muito bem desde o começo. Não foi bem assim. O primeiro tempo foi confuso, com jogadas atrapalhadas e incapacidade de furar o bloqueio imposto pelo Águia à frente da área. Marco Goiano aparecia bem quando caía pela direita, mas não se afinava com Levy. Eduardo Ramos era marcado em cima e mantido longe de Ciro, o que anulava as tentativas azulinas.

O Remo levou quase 20 minutos para chutar uma bola em direção ao gol. Foi em um rebote apanhado por Michel de fora da área, que passou perto, assustando o goleiro Bruno Colaço. Faltava cadência e velocidade nos passes. O desentrosamento é natural e os erros individuais costumam aparecer mais em início de temporada, mas o desenho da equipe não ajudava, pois a bola não chegava até Ciro, o homem de frente.

A zaga passou o jogo levando sustos porque marcava em linha, facilitando a movimentação de jogadores rápidos como Joãozinho, Valdanes, Edinaldo e Flamel. No primeiro tempo, Arthur, Chicão e Michel não se entendiam quanto à vigilância dos adversários, agravando a insegurança da zaga.

No segundo tempo, com os volantes mais plantados e a entrada de Léo Paraíba no posto de Arthur, o Remo tirou o Águia da zona de conforto. Com um atacante de ofício posicionado pela esquerda, a marcação marabaense teve que ser modificada.

A mudança, que talvez nem tivesse esse objetivo, foi fundamental para ajustar meio-campo e ataque no Remo. Com mais espaços à frente do cinturão defensivo do Águia, Ramos passou a dialogar mais com Ciro e até Chicão conseguiu se aproximar. Com isso, o Remo passou a dar as cartas e matou o jogo com 3 gols entre os 8 e os 22 minutos.

Além do bom resultado, as estreias auspiciosas de Ciro, Marco Goiano e Michel foram motivos suficientes para deixar o torcedor azulino animado. Ao mesmo tempo, o Águia de João Galvão saiu de cabeça erguida, pois marcou 3 gols e equilibrou a partida em muitos momentos.

Blog do Gerson Nogueira, 01/02/2016