O elenco do Clube do Remo ainda não está fechado para a Série C do Brasileirão, e contratações continuam sendo esperadas no Leão. Um dos nomes cogitados pela diretoria do Leão Azul foi Nunes, experiente atacante de 33 anos que esteve sob o comando do técnico Marcelo Veiga na temporada passada, defendendo o Botafogo (SP). Membro da diretoria de futebol do clube, Dirson Neto confirmou a informação, nesta segunda-feira (16/05).
“Nunes foi um jogador que estava na lista do Marcelo (Veiga). Entramos em contato com ele, só que ele está em litígio com o Botafogo (SP). O clube iria liberá-lo, mas deve 2 meses de salários e não quer pagar, quer liberar sem o pagamento desses salários, então o Nunes disse que prefere ficar no clube. Até então, ele é um jogador do Botafogo (SP). Estamos olhando outros nomes. Não sei se será o Nunes esse 9 e acho que ficou bem distante, por conta dessa situação. Outros nomes apareceram”, explicou.
Antes de revelar o interesse no centroavante, o diretor azulino chegou a adiantar quais posições ainda podem receber reforços, mas adiantou que gastos serão feitos com prudência.
“Pelo campeonato ser grande e bastante competitivo, nós temos que trazer mais um lateral-esquerdo, já que o nosso (João Victor) está lesionado; mais um zagueiro, pois é uma posição que geralmente sofre expulsão; mais um volante de marcação; e se a gente encontrar no mercado um atacante camisa 9, de área, que atenda a necessidade do clube, a gente vai trazer. Claro que vamos trazer esses jogadores com bastante prudência, para não pesar na folha salarial e ficar no banco. Que venha para ser titular”, salientou.
Além do esforço financeiro para encontrar boas peças no mercado, Dirson Neto falou sobre o trabalho do clube para recuperar e valorizar os jogadores das categorias de base. Ele citou o caso do volante Tsunami, que acaba de retornar de empréstimo do Tapajós, e classificou o atacante João Victor como uma das principais joias do Remo.
“Nós, da diretoria, sabemos da qualidade que temos nos jogadores da base. Tanto é que o Igor João vamos ceder para algum clube, para ganhar ‘cancha’ e voltar mais forte; Sílvio é um jogador que já estava entrando no time e que o Marcelo Veiga gosta muito; João Victor, para mim, é a maior joia desses, é um jogador que tem faro de gol, só que precisa pegar mais cancha também. No início do ano, Leston (Júnior, ex-técnico) era ‘doido’ para colocar ele, mas tinha voltado de cirurgia e não estava bem fisicamente. Nós demos o maior carinho para esses jogadores. A hora deles vai chegar. Tsunami andava com a cabeça baixa, emprestamos. Ele foi bem no Tapajós e voltou até 3 kg mais magro, voltou querendo jogar, rindo, de cabeça levantada. É isso que estamos fazendo. É um patrimônio do clube, não podemos desvalorizá-lo”, contou.
Indagado sobre a iniciativa do presidente bicolor – que prometeu prêmio de R$ 3 milhões ao elenco em caso de acesso à Série A – o dirigente remista afirmou que essa já é uma prática recorrente no Baenão. Porém, os valores são combinados internamente.
“Na verdade, a gente sempre trabalhou com premiação. A gente tinha, em caso de conquista do primeiro turno, do segundo e, consequentemente, do título do Campeonato Paraense, e também da chegada na final da Copa Verde e o título. Tudo acertado com os jogadores. A gente não negocia antes. A gente negocia conforme vai acontecendo o campeonato. Não adianta chegar aqui e falar ‘com o acesso é R$ 500 mil’ e, na hora, achar que necessita de mais ou menos. Conforme for rolando o campeonato, a gente senta com os jogadores e o treinador e define essa premiação. A hora acerta a gente vai fazer essa conversa”, afirmou.
A Série C é a principal competição do Remo na temporada e conquistar o acesso é o maior desejo do clube paraense. Apesar dos fracos resultados na primeira metade do ano, Dirson acredita em um novo momento do Leão.
“A gente tem que confessar que deixou a torcida na mão nesse primeiro semestre, temos que fazer a mea-culpa. Do que a gente planejou, pelo menos chegamos na final do primeiro turno, que era o mínimo que a gente podia fazer, mas o segundo turno foi um fiasco e acabamos com a desclassificação na Copa Verde. A gente está devendo para a torcida, os jogadores estão se cobrando, independente de ser contra o Cuiabá (MT), e eles querem dar uma resposta. Tenho certeza que o Campeonato Brasileiro será diferente”, apontou o dirigente.
Globo Esporte.com, 16/05/2016