Rafael Paty
Rafael Paty

O atacante Rafael Paty de hoje não lembra em nada o jogador do início do ano. Aquele que chegou com a missão de ser goleador, mas pouco pôde fazer em função das chances escassas de jogar. Se no início da temporada, com o técnico Zé Teodoro, o atleta teve atuações discretas, com Cacaio, Paty conseguiu ostentar mais um título de artilheiro no currículo da bola.

“Não tive uma sequência. Você jogando, mas sabendo que vai sair, se sente mal. É bem diferente do que jogar tranquilo. O centroavante precisa de três, quatro chances por jogo, no mínimo, até porque muitas das vezes a bola passa e só tem você na área”, argumenta.

Ao todo, Paty encerrou o Estadual com 7 gols e a terceira marca de artilheiro. Um feito considerável para quem se conteve com apenas olhar a partida do banco em boa parte dos jogos.

“Nunca deixei cair o meu ânimo. Independente das vezes em que estive no banco, trabalhei porque sabia que uma hora as coisas iriam acontecer. Para o centroavante, é importante jogar, fazer gol. A cobrança era muito forte e já tinha desde a minha casa, quando meus filhos pediam um DVD com os meus gols para assistirem e achava que não ia conseguir nada”, admite.

Aliás, as adversidades foram inúmeras e não apenas na parte tática, do futebol, já que ele e os companheiros precisaram vencer outro problema: os salários atrasados.

“Acho que seria justo colocar uma estátua para cada um de nós. A responsabilidade foi muito grande e, quando colocamos isso, muitos entenderam errado, mas não entendem que muitas pessoas dependem de nós. Em um grupo como esse, quase 500 pessoas dependem daquilo, dependem do Remo. Era justo reclamar”, conclui.

Diário do Pará, 10/06/2015