Remo 3x1 Operário-PR (Eduardo Ramos)
Remo 3x1 Operário-PR (Eduardo Ramos)

Não há dúvidas que a liderança técnica do Clube do Remo tem nome e sobrenome: Eduardo Ramos. A qualidade para conduzir a bola em velocidade, tentar assistências a todo instante, não se esquivando do jogo foram, como de praxe, exibidas no gramado do estádio Mangueirão, para um público que o tem como ídolo e que o chama de “maestro”.

Enquanto que os outros companheiros foram esforçados e obedientes taticamente, à Eduardo, coube o papel de desequilibrar o jogo a favor do Clube do Remo.

É bem verdade, no entanto, que o primeiro tempo do camisa 10 azulino foi só razoável. Embora caindo pelas duas laterais, com relativa facilidade e sem marcação específica, Eduardo mais errou do que acertou. Parecia que sentiria o baque, visivelmente irritado com os erros de passe em sequência.

No entanto, do alto dos seus 29 anos e com um currículo expressivo, Eduardo não é, nem foi um jogador que se abateu. Na etapa final, voltou a fazer jus à condição de “maestro”.

Várias vezes, superou a marcação, deu passes e partiu em velocidade. A entrega seria recompensada com um gol à seu feitio. Da entrada da área, um chute colocado, de chapa, que tirou completamente a reação do goleiro adversário. Foi o segundo gol do Remo e o que decidiu completamente a eliminatória a favor do time paraense.

Depois, o Operário (PR) abriu a marcação e era tudo o que Eduardo Ramos precisava. Com ainda mais espaços, protagonizou um lance de craque no Mangueirão, ao driblar dois marcados, sendo que o primeiro foi enganado por meio de uma caneta. A finalização esbarrou no goleiro.

Ainda no gramado do Mangueirão, Eduardo Ramos conversou com os repórteres e, como de praxe, além do futebol refinado, voltou a falar pouco, sem nenhuma palavra mais expressiva e empolgada. Foi, até certo ponto, frio.

“Vamos colocar o clube no lugar que ele merece. Série C não é lugar do Remo. Tem que ir para a Série B, para o Brasil conhecer essa torcida”, disse, como frase mais emblemática. Sinceramente, com a bola que joga, Eduardo Ramos nem precisava falar.

Amazônia, 19/10/2015