Cacaio
Cacaio

Talvez o grande diferencial de Cacaio tenha explicação na trajetória de ex-jogador. O hoje treinador do Remo não abandonou as origens. Na beira do gramado, age também como um atleta afoito, nervoso, mas que, fundamentalmente, sente o jogo. Foi assim que reclamou de um suposto lance de cotovelada de um atleta do Operário (PR). Cacaio agiu como um capitão do time, reclamando e pressionando. No entanto, recuou quando percebeu que o árbitro baiano Jailson Macedo Freitas poderia repreendê-lo.

Aos poucos, com o placar completamente favorável ao Clube do Remo, Cacaio resolveu pôr um ponto final no comportamento politicamente correto. Da área técnica, enquanto o seu time segurava a bola, Cacaio pulava e dava socos no ar, já antecipando a comemoração. Ainda fazia gestos para a torcida, como se precisasse de algum tipo de apoio. O fato é que Cacaio contrariou previsões pessimistas não apenas no jogo deste domingo (18/10), mas há meses no Baenão. Com um estilo próprio, longe das amarras dos que pregam a lógica do futebol.

Justamente por conhecer o futebol a fundo, Cacaio se estabeleceu como uma espécie de chefe-amigo dos jogadores. A relação acabou premiada, como bem disse o próprio Cacaio na coletiva pós-jogo, pós-acesso.

“O mais importante foram os jogadores, que fecharam com a comissão técnica. Nessa Série D, fui demitido umas 2 ou 3 vezes, mas os jogadores bancaram o trabalho. Chegavam comigo e falavam: estamos juntos, professor! Foi muita luta e determinação”, enfatizou. “Agora, com o objetivo conquistado, não tem recado para ninguém, não tem desabafo para ninguém”, completou.

Sobre as questões técnicas da partida, mesmo sem precisar explicar, pois nesse caso, o fim justificou o meio, Cacaio falou sobre a surpreendente escalação de Welthon. A estrela do treinador e do jogador brilharam e o atacante foi o autor do primeiro gol do jogo. “Foi uma carta na manga. Tenho que trabalhar as opções”, explicou.

Taticamente, Cacaio ressaltou que a estratégia foi forçar o erro do adversário, com uma marcação adiantada. “Jogamos avançados, marcando em cima e conquistamos o objetivo”, disse.

“Acho que nós conseguimos fazer uma boa partida. Tínhamos oportunidade de fazer o segundo, o terceiro. Falei aos jogadores: bastava uma bola para matarmos o jogo e assim fizemos”, definiu.

Ele também falou sobre futuro. “Minha intenção é renovar. Tenho contrato com o Remo até o dia 15/11. Série C, ano que vem? É outra história. Esse grupo foi montado para a Série D”, finalizou.

Amazônia, 19/10/2015