Remo 2x1 Gavião (Alex Ruan)
Remo 2x1 Gavião (Alex Ruan)

Quem chegasse ao Mangueirão sem conhecer direito os times, iria imaginar que o mandante era o Gavião, pois era quem tomava a iniciativa de atacar na maior parte do tempo. Como se fosse um time pequeno, o Remo tinha domínio, mas preferia ficar segurando o jogo atrás, à espera de um contra-ataque, estratégia normalmente de times visitantes e menos qualificados.

Depois que estabeleceu a vantagem, a situação piorou ainda mais para os 4 mil torcedores presentes, pois o Remo passou a se preocupar em segurar o resultado e o que já era feio, se tornou horroroso, com excesso de faltas, troca de passes a esmo e chutes tortos de lado a lado.

Vale observar que organização tática é algo que passa longe do desenho de jogo do atual time azulino. Há apenas uma concentração de jogadores à frente da defesa e um meio-campo que busca se movimentar, mas sem planejamento ou articulação. A única opção de chegada é o avanço de Eduardo Ramos e Bismark com a bola dominada.

Por sorte, como ambos jogaram bem nos primeiros 45 minutos, o Remo estabeleceu a vantagem necessária para vencer a partida, acumular 7 pontos no returno e se manter com boas chances de ir à semifinal. Fica a dúvida: se os dois meias estivessem em noite pouca inspirada, a vitória seria conquistada? Improvável.

No começo, o Remo foi superior. Reteve mais a bola e, como de costume, comportou-se bem do meio para a frente. Na defesa, porém, a história era sempre aflitiva. O mau posicionamento da zaga, principalmente da dupla central, inquietava o time inteiro. Os seguidos cruzamentos causavam um pandemônio.

Apesar disso, o Remo marcou logo aos 11 minutos, com Bismark, seu mais desembaraçado homem de frente. Três minutos depois, cedeu o empate. Monga, aproveitando buraco deixado por Levy e Raphael Andrade na marcação, marcou o gol do Gavião.

O jogo se desenrolava com boas chances para o Remo, mas a finalização deixava a desejar e a defesa sempre provocando sustos, mesmo depois que Yan substituiu Rafael Andrade, lesionado. Dois penais foram cometidos pela zaga do Gavião e o árbitro marcou o segundo, mas Eduardo Ramos perdeu – na verdade, o goleiro Urías fez grande defesa.

O Remo continuou em cima, mas se atrapalhava na má condução por Alex Ruan, que embolava no meio e visivelmente não conseguia dar conta da improvisação como meio-campista. Dadá então passou a acompanhar Ricardinho de perto, anulando o velocista que incomodava a defesa.

Pela insistência, o Remo acabou chegando ao segundo gol. Aos 38 minutos, Bismark voltou a balançar as redes, tranquilizando as coisas momentaneamente. Mesmo atuando com cautela exagerada, o time desperdiçou duas boas chances de definir o jogo.

Quando a bola rolou para o segundo tempo, a defesa remista voltou a aprontar das suas. Erros seguidos, pouca combatividade e muita sorte no cruzamento que passou por todo mundo e explodiu na trave de Fabiano.

Os minutos finais mostraram um Gavião aguerrido e confiante, procurando se aproveitar da timidez ofensiva do Remo. Às duras penas, a vitória (importantíssima) foi conquistada, a invencibilidade chegou a 9 jogos, mas o torcedor tem motivos para ficar preocupado com o que viu.

Blog do Gerson Nogueira, 27/03/2015

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