André Cavalcante
André Cavalcante

Nosso personagem da semana é o advogado André Cavalcante, diretor do Sócio-Torcedor Nação Azul, do Clube do Remo. Na sua gestão, o programa decolou, já é realidade, possui mais de 11 mil torcedores cadastrados, sendo mais de 7 mil adimplentes.

O Nação Azul, apenas no mês de outubro, gerou uma receita para os cofres azulinos de R$ 383 mil. André Cavalcante é também um dos nomes mais falados pela torcida para ser o novo presidente do Leão. Vamos conhecer um pouco sobre ele, sua opinião sobre os bastidores e, afinal, se toparia a missão de ser presidente e o que espera como futuro ideal para o Clube do Remo.

Essa semana, no Clube do Remo, tivemos a renúncia do presidente Pedro Minowa e de seu vice, Henrique Custódio. Demos início à uma nova corrida eleitoral no Clube azulino e seu nome é ventilado com muita força nas redes sociais pela torcida, como um possível candidato à presidente do clube. Pretende se candidatar?

Ser candidato é aspirar a algo, àquilo a que se candidata, assim, se você me perguntar se sou candidato à presidência do Clube do Remo, lhe direi que sim, que sou candidato, pois qual o remista que um dia não almejou fazer algo de forma efetiva em benefício do clube? Agora, se serei candidato no pleito que se avizinha, ainda não posso responder.

O clube só saírá da situação que se encontra, se conseguirmos convergir todos os esforços em prol da instituição. Essa união tão necessária não brotará do nada. Ela precisa ser discutida, debatida, trabalhada por todos os grupos que ora se organizam para participar do pleito. O ideal seria uma chapa única, pois pacificaria definitivamente o clube. Assim, se nesse contexto, meu nome surgir como uma alternativa, não fugirei à luta, não me omitirei.

Nunca seria candidato por mera vaidade. Sei que posso contribuir com o clube de outras formas, em outras frentes, porém, repito, se necessário e, principalmente, se conseguirmos aglutinar um grupo de apoio forte e coeso, ficarei muito honrado em disponibilizar meu nome para julgamento pelo voto dos remistas.

O sócio-torcedor azulino atualmente possui mais de 11 mil sócios e mais de 7 mil adimplentes, o que gera uma receita fixa mensal de mais de R$ 300 mil ao clube. Qual o segredo do sucesso do programa? Você se preparou para isso?

Quando assumi o Nação Azul, programa Sócio-Torcedor do Clube do Remo, no final de junho de 2015, decidi, antes de tudo, estudar casos de sucesso no Brasil. Assim, enquanto a casa era “arrumada” internamente, busquei, inclusive “in loco”, conhecer o que os grandes clubes do país estavam adotando como estratégia para seus respectivos programas.

Após este período de estudos e reorganização interna, que levaram 2 meses, em setembro lançamos a nova campanha denominada “Pelo Remo Somos Leões”, a qual foi alicerçada em uma forte e agressiva campanha de marketing. Concomitante, lançamos o que entendo ser o divisor de águas, o Programa Nação Azul, o primeiro programa em TV aberta de um clube de futebol no Norte do País. A soma desses fatores elevou a auto-estima dos nossos torcedores que, assim, passaram a acreditar na proposta desta “nova” Nação Azul.

Logicamente, o momento do time no Campeonato Brasileiro da Série D, que culminou com o acesso à Série C, após 7 anos de tentativas frustradas, também contribuiu de forma decisiva para alavancar o Sócio-Torcedor do clube.

Caso não surja esta oportunidade para a presidência, você pretende ficar no programa de sócios Nação Azul?

O Clube do Remo é uma instituição grande e complexa. Hoje, o Clube possui, além do futebol profissional, que dispensa maiores comentários em termos de tempo e dedicação, as divisões de base, os esportes amadores e olímpicos, além das demais facetas de um clube social. Assim, é quase impossível um presidente se dedicar a outra coisa a não ser a administração macro da instituição.

Por conta disso, é muito importante que qualquer um que pretenda assumir a presidência do Remo possua, em seu grupo de apoio, pessoas qualificadas para exercerem as mais diversas funções no organograma do clube.

Nesta perspectiva, mesmo acreditando que o programa Sócio-Torcedor é a melhor alternativa para equacionarmos nossos problemas financeiros e, no cenário de um possível êxito no pleito, não haveria como acumular tais funções. Porém, pela importância externada, seria um dos aspectos que mereceriam um acompanhamento diferenciado.

Completando a resposta, no segundo cenário, não galgando à presidência, sempre estaria disposto a comandar o programa pela importância já declinada.

O que é o melhor para o Remo neste momento?

O clube precisa ser pacificado, precisa ter um “timoneiro”, um líder referendado pelo corpo social do clube, alguém que pudesse aglutinar forças e esforços em prol do Remo. Assim, não há outra saída senão a convocação de novas eleições.

As novas eleições não seriam possíveis apenas com a renúncia do Presidente Minowa, pois estatutariamente deveria assumir a presidência o seu vice, Henrique Custódio. Contudo, com sua renúncia na última segunda-feira (09/11), o panorama mudou e as eleições serão inevitáveis.

Por outro lado, todos os atores do pleito precisam entender que passadas as eleições, os palanques devem ser desarmados e que todos vistam, literalmente, a camisa do Clube do Remo e caminhem juntos, lado a lado. Esse pleito precisa ter apenas um vencedor, o Clube do Remo.

Neno de Salto Alto, 11/11/2015