Cacaio
Cacaio

Mesmo com a forte chuva que caiu na capital paraense na tarde desta terça-feira, dia 31/03, o torcedor azulino compareceu ao Baenão para acompanhar a apresentação oficial do treinador Cacaio, 47 anos, que irá comandar a equipe no restante da temporada e foi bastante aplaudido pela torcida. O primeiro desafio será nesta quinta-feira, 02/04, diante do Atlético (PR), válido pela Copa do Brasil. Na primeira movimentação com o elenco azulino, o treinador já realizou algumas mudanças na equipe que vinha atuando como titular.

“Não estamos no escuro. Trabalhamos aqui no Pará, já joguei contra o Remo esse ano e acompanhei o Re-Pa no domingo (29/03). Vamos tentar colocar um time mais veloz, com marcação. Acho que o elenco está muito tenso, preocupado, então precisamos dar condições psicológicas para eles fazerem um grande jogo. Acredito que a equipe seja essa que treinou. Ainda temos alguns problemas médicos, como Eduardo Ramos. Vamos conversar com ele para ver as condições. Podemos até poupar ele desse jogo”, declarou Cacaio.

Desafio da carreira

Com certeza esse é o maior desafio da minha carreira como técnico, por isso aceitei. Sabemos do importante momento no Remo. Então isso é um desafio para mim e para o Remo.

Jogos decisivos

Pensamento em cada jogo. Primeiro será o Atlético (PR), uma equipe qualificada, apesar de estar na mesma situação que a gente. É de Série A, mas nós também temos uma equipe forte. Acho que o importante é dar tranquilidade aos jogadores. Tenho certeza que diante desse confronto vamos ganhar a confiança para os próximos jogos.

Autoestima dos jogadores

O clima está pesado, mas tivemos uma conversa muito séria antes do treinamento e amanhã (quarta-feira) teremos outra. Vamos olhar na cara de cada um e ver quem tem condições de ir para o jogo. Acho que o importante agora não é “A” ou “B’, e sim quem está comprometido e em condições de jogo. O Remo está precisando recuperar a credibilidade com o torcedor. Esperamos que na quinta-feira (02/04) o torcedor volte a ter confiança, assim como os jogadores.

Passagem pelo Remo como jogador

O jogador quer ser campeão por onde ele passa. Em 1993, vim aqui, joguei pelo Remo, tive a honra de jogar com metade desses caras que estão trabalhando hoje aqui. Tivemos a satisfação de olhar um na cara do outro e ter a felicidade de nos rever. Cacaio está vindo para fazer o mesmo trabalho que fez nas equipes consideradas pequenas. Claro que a responsabilidade é maior. A gente sabe da cobrança maior e o trabalho vai ser o mesmo. Vim para tirar o Remo dessa situação e espero que dê tudo certo, mas, como falei para os jogadores, os maiores responsáveis por isso vão ser eles.

O apoio da torcida

Tenho certeza que se você for fazer uma pesquisa, acho que 70%, 60% dos torcedores queria outro treinador aqui. Tenho confiança, mas também tenho consciência de que chegou a vez do Cacaio. Agora, por incrível que pareça, com o Remo fragilizado, venho forte e espero passar isso para o torcedor. Acho que é o grande momento meu, do Agnaldo, do Cimento e do Mauro para a gente resgatar de novo a credibilidade que o torcedor está precisando. Espero que o torcedor também acredite nisso e continue nos apoiando, nos ajudando e que compareça nesses jogos decisivos.

Ídolo do rival treinando o Remo

Trabalhei em 21 clubes e em todos tenho identificação. Não é só do outro lado. Joguei no Flamengo (RJ), Santa Cruz (PE), Criciúma (SC), no Remo, entre outros. Então, a gente tem um carinho por todos, mas hoje sou Remo. O que puder fazer, vou fazer até debaixo d’água. A gente esquece tudo o que passou, até o ídolo Cacaio, do Remo, acabou. Hoje é o Cacaio treinador e vamos fazer de tudo para tirar o Remo dessa situação.

Globo Esporte.com, 31/03/2015