Assim como o elenco de jogadores, a comissão técnica também convive com salários atrasados no Remo. O técnico Cacaio ainda espera o pagamento de metade do salário de abril, o valor integral de maio e o auxílio-moradia. O treinador, inclusive, revelou que só mantém um acordo verbal com o Leão, ainda está sem contrato e recebeu sondagens de outros times. Porém, ele ainda espera uma solução dos problemas por parte da diretoria e disse que não pretende deixar o Leão.
“Às vezes a gente fala uma coisa e a pessoa entende errado. Nunca disse que iria deixar o Remo. O que falei é que aparecem propostas e, caso alguma delas fossem vantajosas, seja de Série A, B, C ou até da Espanha, iria pensar e apresentar ao Remo. Está todo mundo no mesmo barco e é uma situação que incomoda”, comentou.
“Tem essa pendência financeira, mas tenho um projeto aqui, quero fazer história e não entregar tudo de mão beijada. Briguei tanto no interior por uma oportunidade em um clube grande e não vou acabar com esse planejamento de uma hora para outra. Vejo que após a paralisação dos jogadores a coisa começa a mudar, existe uma aproximação maior de pessoas e é disso que o Remo precisa nesse momento”, completou Cacaio.
Além de lidar com as suas dificuldades, o técnico remista também revelou que diariamente precisa motivar os atletas, que apresentam diversas queixas ocasionadas pelos vencimentos em atraso. A pressão tem influenciado na saúde do comandante, que passou recentemente por uma bateria de exames.
“Os jogadores têm os problemas deles e eu os meus, mas tudo o que acontece com eles também recai em cima de mim. Tenho que administrar o atleta que reclama que não está bem em casa, tem o filho doente, situações na família… É uma dificuldade coletiva e lógico que o rendimento vai ser refletido dentro de campo. Tive umas alterações de pressão, fiz uns exames e ainda vou ver os resultados, mas isso acontece”, revelou.
“Aceitei o desafio de trabalhar em uma equipe grande e vamos focar nesse acesso. Os remistas estão se mobilizando e espero que apresentem uma solução para tudo isso que está acontecendo”, concluiu Cacaio.
Globo Esporte.com, 17/06/2015
