Remo 4x2 Paragominas (Athos)
Remo 4x2 Paragominas (Athos)

Aos 33 anos, Athos garante ter disposição para seguir no futebol durante um bom tempo, seja no Remo ou em outra equipe. Sua preferência, garante o atleta, é “seguir no Remo por um bom tempo, conquistando títulos e acessos”. Revelado no Internacional (RS), o meia passou dois anos no futebol francês, onde jogou pelo Nancy, entre 2000 e 2001, e em Portugal, pelo União da Ilha da Madeira, na temporada 2009/2010.

Oriundo da Chapeconse (SC), o jogador assinou com o Remo, até o fim do ano. Após um começo de ano muito irregular, o meia espera encontrar finalmente seu futebol para ajudar o Leão Azul na busca pelo título do Campeonato Paraense. Nesta entrevista, Athos fala sobre seu desempenho individual com a camisa azulina, suas perspectivas para o fim da carreira, e também sobre a temporada que o clube vem fazendo até o momento.

Como você analisa a campanha do Remo até este momento da temporada?

Analiso de forma positiva, pois dentro do nosso projeto o único objetivo que não conseguimos alcançar foi a Copa Verde, que era uma competição na qual tínhamos consciência de que poderíamos tranquilamente ter chegado até a final e disputado o título. Infelizmente, caímos em uma semifinal contra nosso maior rival. Ao mesmo tempo, é preciso ressaltar que já conseguimos atingir outras metas, como garantir a presença do Remo na Copa Verde do ano que vem e a vaga na Copa do Brasil.

Muito se tem falado dos defeitos e problemas do atual elenco do Remo. Na sua opinião, qual a maior qualidade desse grupo?

Com certeza, o comprometimento. Podem falar qualquer coisa desse grupo, mas não de falta de comprometimento. Todo mundo se comprometeu com o projeto do clube desde que chegou aqui. Da minha pessoa, não tem nem o que falar, porque desde que cheguei tenho me dedicado ao máximo em cada treinamento e jogo nestes quase cinco meses em que estou aqui. A torcida pode até ter críticas ao meu desempenho individual, mas uma coisa ela tem que reconhecer é a minha dedicação dentro e fora de campo.

Houve um momento no início do Parazão que você pensou em deixar o Remo, principalmente em virtude das críticas ao seu baixo rendimento na equipe titular. Como você superou este momento?

Infelizmente, por uma situação que ocorreu no primeiro turno, tive o pensamento de sair antes de cumprir com a missão, mas pensei melhor e acabei entendendo que faltava muito pouco para cumprir aquilo que foi determinado para mim desde o momento da minha contratação. Hoje fico feliz por ter tomado esta decisão, porque estou muito perto de conquistar o terceiro acesso em três anos na minha carreira, além de um título estadual muito importante. Sou um cara vencedor e pretendo sair daqui como vencedor.

Você foi contratado como um dos principais reforços para a temporada 2014, mas para muitos ainda não conseguiu justificar toda esta “badalação”. Como você tem recebido este tipo de crítica?

Cada um pensa do jeito que acha que tem que pensar. Não posso entrar na cabeça de ninguém e fazer a pessoa pensar do jeito que eu gostaria. Tenho minha autocrítica e tento somente respeitar o comentário de todos e tento pegar o que é bom pra mim e deixar o que não é bom passar, entrando por um ouvido e saindo pelo outro.

Você acredita que a cobrança, seja por parte da torcida remista ou da imprensa paraense, é exagerada?

Não estou aqui para reclamar de cobrança. Acho que só é cobrado quem tem algo pra dar e sei o que tenho para dar para a equipe em que estou jogando. Sei que participei bem de todos os momentos em que fui exigido aqui no Remo. Então, não tenho muito o que falar sobre isso. Desde que cheguei aqui, disse que não era nenhum craque, um salvador da pátria, mas sim um jogador que poderia render muito se fizesse parte de uma equipe bem engrenada.

Você está satisfeito com seu próprio desempenho no Remo?

É claro que queria estar fazendo uma temporada bem melhor, dando passes para gols e marcando em todos os jogos. Qual jogador não quer isso? Mas mesmo não fazendo sempre grandes jogos, acredito que o torcedor tem visto que sou um profissional sério, dedicado e comprometido com a causa do Clube do Remo. Se chegar ao fim do Campeonato Paraense e a diretoria entender que não tem mais interesse no meu trabalho, a gente senta e negocia a minha saída da melhor maneira possível. Nem precisa me pagar o contrato até o fim. Além disso, já deixei claro que não vim aqui para roubar, como nunca roubei em clube nenhum pelo qual passei ao longo de minha carreira.

Depois de ter conquistado dois acessos consecutivos com a Chapecoense (SC), o que te fez vir para o Remo?

Foi uma série de fatores. O primeiro, sem demagogia nenhuma, a tradição do Remo. Mas o que mais pesou foi a oportunidade de começar um trabalho e ter a possibilidade de conquistar novos desafios. Mesmo tendo que enfrentar algumas dificuldades no começo, acredito que tenho sido útil ao clube e, sinceramente, espero poder seguir no Remo por um bom tempo, pelo menos para ser campeão estadual e deixar o Remo em uma série do Brasileiro.

Você planeja o fim da carreira como jogador?

Sou um cara bem resolvido, tanto dentro quanto fora de campo. Não jogo por dinheiro. O que me faz jogar até hoje é a alegria que tenho, de fazer disso aqui a minha segunda casa. Sou muito apaixonado pelo que faço. No dia a dia, no vestiário, brincando com os companheiros. Enquanto tiver essa alegria e Deus me der essa oportunidade, vou querer jogar.

O Liberal, 11/05/2014