Nas primeiras entrevistas após a vitória por 4 a 0 sobre o Independente, o técnico Roberto Fernandes voltou a falar sobre a invasão de torcedores ao gramado do Baenão, duas semanas atrás. Preocupado com os desdobramentos que a atitude tomada por um grupo de torcedores ligados à maior torcida organizada do clube, o comandante azulino tentou desvincular o violento protesto da maneira como sua equipe atuou no duelo decisivo de quinta-feira, 01/05.
“Um episódio daqueles, com torcedores atirando rojões na direção dos atletas, invadindo o gramado e ameaçando profissionais e pais de família não pode trazer nada de bom para ninguém. Pelo contrário, poderíamos ter perdido até 10 jogadores por conta daquela violência promovida por um grupo que não representa a grande massa remista. Pois esse foi o número de jogadores que manifestaram a vontade de deixar o clube após os acontecimentos daquela sábado. Uma situação que busquei contornar exatamente para evitar que aquele protesto fosse legitimado por alguma reação do grupo ou mesmo da diretoria”, argumentou Fernandes.
Segundo o treinador, na verdade, o time conseguiu a classificação apesar de tudo o que aconteceu na manhã do dia 26/04. “É óbvio que você não consegue fazer uma boa preparação depois de um episódio como aquela. Por isso, foi preciso muito trabalho de bastidores, tentando recuperar o lado emocional e motivacional do grupo para que fosse possível entrar em campo focado apenas no resultado”, disse.
Para o treinador, o futebol apresentado por seus jogadores diante do Independente não chegou a ser perfeito. “Tive que colocar em campo um jogador de arremate como o Ratinho e a referência do Val Barreto, que pressionou a defesa do adversário. Tivemos posse de bola (no primeiro tempo), mas não fomos finalizadores. A gente estava prendendo muito a bola, sendo que era para arriscar. Vai errar, mas erra pelo excesso, não pela falta. Athos e Ratinho não tinham condições de jogar os 90 minutos. Se entrasse com ele (Ratinho), perderia todas as fichas de velocidade. Por isso ficou como opção para o decorrer da partida. Deu certo”, explicou Fernandes.
O Liberal, 04/05/2014
