Jogadores e diretores dos clubes em frente a delegacia do Mangueirão buscando resolver situação
Jogadores e diretores dos clubes em frente a delegacia do Mangueirão buscando resolver situação

O gol de Zé Antônio no fim da partida, que garantiu o empate e o título da Taça Estado do Pará ao Paysandu, foi o estopim de uma briga generalizada na final contra o Remo, envolvendo jogadores, diretores e membros de comissões técnicas das equipes. Segundo os jogadores do Remo, a confusão iniciou quando um torcedor de apelido “Bodinho”, filho de um colaborador do Paysandu, invadiu o gramado para comemorar e provocou a ira dos jogadores azulinos, que partiram para agredi-lo, com o elenco bicolor indo defendê-lo.

“Chutaram o cara igual cachorro. Tivemos que ir lá defender, não podíamos deixar o cara apanhar daquele jeito. Cheguei a empurrar o Val Barreto, ele reclamou e até pedi desculpas para ele. Pior fez o policial que estava para apartar e me deu uma rasteira”, contou Paulo Rafael, goleiro do Paysandu.

Orientados pelo vice-presidente do clube, Marco Antônio Pina, os atletas azulinos Max, Raphael Andrade e Val Barreto, além de Luis Müller e Rogério Judicci, integrantes da comissão técnica, foram até a delegacia do estádio fazer um Boletim de Ocorrência pelas inúmeras agressões ocorridas e contra o filho do colaborador bicolor, que estava detido.

O enfermeiro Hamilton, conhecido como “Bombinha”, também foi para lá alegando ter sido agredido com um soco pelo treinador do Paysandu, Mazola Júnior. Outro que também estava no meio era o goleiro Fabiano, que acusou o volante Vanderson, do Paysandu, de ter lhe dado um soco por trás.

“O Vanderson foi covarde. Estava lá tentando separar a briga, e ele veio por trás e me deu um soco”, reclamou Fabiano para o atacante Dennis e o lateral-esquerdo Airton, ambos do Paysandu, na porta da delegacia do Mangueirão.

Assim como os remistas, o mesmo fizeram os atletas bicolores, como Ricardo Capanema, Airton, Paulo Rafael e Dennis. Porém, após os ânimos ficarem mais calmos, os envolvidos entraram em um consenso e nada foi registrado na delegacia no estádio.

Ainda no Mangueirão, membros das diretorias de Remo e Paysandu mostraram visões diferentes sobre como lidar com a situação. Pelo lado remista, o vice-presidente de futebol, Henrique Custódio, reforçou que será feita uma denúncia sobre a irregularidade da entrada de “Bodinho” no gramado, que vai contra o regulamento do Parazão.

“Nossos jogadores estão aqui, mas não queremos fazer o B.O. porque o pessoal do Paysandu também não vai fazer, mas tem que ser visto o seguinte: houve uma invasão de um torcedor do Paysandu, o mando de campo é do Paysandu, toda a responsabilidade da segurança do espetáculo é do Paysandu. Então acredito que o delegado está fazendo um B.O. com a ocorrência referente a essa situação: invasão de campo. A situação agora é desportiva, a questão das agressões que houve, os dois lados estão conversando e não vão fazer o B.O. Isso é um acordo entre as diretorias e os atletas”, afirmou o vice-presidente de futebol do Remo, Henrique Custódio.

Por outro lado, o vice-presidente do Paysandu, Sérgio Serra, espera que as expulsões e agressões sejam relatadas na súmula da partida e que os culpados sejam punidos.

“Não vejo nem de perto dessa forma. As punições que ocorreram tem que ser cumpridas. Discordo totalmente do posicionamento dele (Henrique Custódio). Estou falando com relação a súmula do árbitro e as consequências da súmula. Com relação ao B.O. das agressões físicas, é o caminho natural das coisas. Agora, o que o árbitro relatar sobre os jogadores que forem expulsos por agressão ou seja lá o que for, tem que ser considerado. Não existe esse negócio de acordar. Com relação ao extra, ao externo, com certeza é isso que geralmente ocorre. Está todo mundo com muita emoção na história. Não é para acontecer, mas isso acontece na maioria das vezes, ainda mais na circunstância que foi”, salientou Serra.

Globo Esporte.com, 29/05/2014