Nem de longe foi a campanha que o torcedor remista esperava, muito pelo contrário. Porém, para uma equipe que chegou a ser ameaçada de eliminação e quase trocou de técnico durante este segundo turno, a sofrida vitória sobre o Águia de Marabá por 1 a 0, ontem à noite, teve de ser comemorada no Mangueirão. Afinal, o gol marcado por Val Barreto, aos 47 minutos, em cobrança de pênalti, não só confirmou a classificação que viria até mesmo com um empate como também decretou dois jogos entre Remo e Paysandu nas semifinais da Taça Estado do Pará.
Com 12 pontos ganhos, o time azulino terminou a fase classificatória em terceiro lugar e agora enfrenta o Paysandu, que ficou em segundo, com 15 pontos, atrás do líder Paragominas, que venceu a Tuna Luso, de virada, por 3 a 2, ontem à noite, igualando a pontuação bicolor e levando vantagem no número de vitórias (5 contra 4).
Os dois clássicos serão disputados no Mangueirão. A princípio, os rivais se enfrentarão em dois sábados consecutivos, nos dias 06 e 13/04. No entanto, já se especula uma possível inversão de datas com a outra semifinal, entre Paragominas e Tuna Luso, cujos jogos estão marcados para os domingos 07 e 14/04. Por enquanto, o que está certo é que o PFC e o Paysandu, por terem feito as duas melhores campanhas, terão a vantagem de jogar por dois empates ou pela igualdade na soma dos dois resultados.
A classificação remista foi conquistada de forma sofrida, repetindo o que se viu ao longo de todo o segundo turno. O futebol apresentado ontem não escapou da mediocridade vista nas derrotas para Paysandu (3 a 1), Paragominas (1 a 0) e São Francisco (3 a 1). Mais uma vez, o time azulino teve imensa dificuldade, apesar de enfrentar um Águia praticamente sem chances de evitar o descenso – precisava de uma derrota da Tuna e de uma goleada por seis gols de diferença sobre o Leão.
O primeiro tempo foi tenebroso para a torcida azulina. Visivelmente nervoso, errando passes em profusão e se precipitando nas finalizações, o Remo sequer ameaçou a meta defendida por Adriano. O Águia, por seu turno, jogava sem compromisso e tocava a bola com paciência na tentativa de explorar os buracos na defesa adversária. No entanto, também não conseguia ameaçar o goleiro Fabiano.
Aos 34 minutos, aconteceu um lance que ilustrou bem o que foi a etapa inicial. Em um contra-ataque, no qual o Remo chegou a ter cinco jogadores contra dois do Águia, Nata se atrapalhou com a bola e deu tempo para a recuperação da defesa marabaense. Ao fim dos primeiros 45 minutos, a torcida azulina vaiou com razão sua própria equipe.
As duas equipes voltaram para o segundo tempo sem modificações, mas o Águia começou melhor. Logo aos 2 minutos, Luis Fernando levantou bola na área e Danilo Galvão errou o cabeceio. Na sequência, Alan Taxista recebeu livre na entrada da área, mas chutou fraco para a defesa de Fabiano.
Aos 12 minutos, depois da torcida pedir insistentemente, Flávio Araújo decidiu mandar Val Barreto a campo. O atacante, que substituiu Paulista, incendiou o jogo logo na sua primeira participação. Ele roubou bola na área marabaense e chutou cruzado. A zaga desviou e Berg chegou chutando em cima de Bernardo. No segundo rebote, Gerônimo bateu pela linha de fundo.
A partida seguia nervosa, apesar do empate favorecer o Remo. Aos 34 minutos, o Águia quase abriu o placar. Após cobrança de escanteio, Alan Taxista cabeceou no canto direito e Berg salvou em cima da linha. A resposta remista só veio aos 41′, quando Zé Antônio acertou a trave em cobrança de falta.
Quando tudo caminhava para um empate, eis que Diogo Capela recebeu lançamento pelo meio, invadiu a área e foi derrubado por Renatinho. Pênalti, que Val Barreto cobrou com categoria para definir o placar: Leão 1 a 0. Com a derrota, o Águia selou seu rebaixamento para a primeira fase do Parazão 2014.
O Liberal, 29/03/2013
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