Enquanto a diretoria do Clube do Remo procura um “camisa 9” de renome no cenário futebolístico local, a situação dos jogadores das categorias de base, que estão no time profissional, não é boa. Alguns atletas estão com três meses de salários atrasados. É o caso do lateral-direito Tiago Cametá. O jogador revelou que aguarda uma resposta da diretoria azulina até hoje. “O presidente (Sérgio Cabeça) ficou de me dar uma resposta essa sexta (hoje). Gosto do Remo, mas não dá para trabalhar sem receber. Vou ter que procurar meus meios”, disse.
A indignação do atleta justifica seu “desaparecimento” nos últimos dois dias de treinos no clube. Desde quarta-feira, o jogador não pisa no Baenão para calçar as chuteiras. Os diretores desconversaram a respeito do paradeiro do lateral quando foram indagadas. A última vez em que ele foi visto, até deu entrevista coletiva, no entanto, pediu para não ser questionado sobre a sua viagem para a Coreia, durante o período em que as atividades no Remo estavam paradas, de outubro até novembro desse ano. Sabe-se que nessa ocasião, ele conheceu a estrutura de um clube da região, local que pode ser seu próximo destino, caso as partes não cheguem a um acordo.
A revelação de Cametá também vai em desencontro com a afirmação do próprio Sérgio Cabeça que, na semana passada, disse que os salários do atleta estavam em dia, incluindo o FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. A reportagem não conseguiu apurar se as outras pratas da casa estão passando pela mesma situação, mas Cametá deu a entender que não se trata de um fato isolado.
Procurado pela reportagem, José Araújo, o Zeca Pirão, como é mais conhecido o vice-presidente eleito do Leão, disse desconhecer o assunto, pois “toma posse somente no dia 05/01”. Porém, afirmou que Sérgio Cabeça está todo o dia no Baenão. “Vou tomar conhecimento sobre isso, mas eles podiam muito bem cobrar do presidente. Ele está todo dia lá. Por que não reclamaram diretamente para ele?”, indagou Pirão.
Diário do Pará, 14/12/2012