Rogério Belém – Foto: Sandro Galtran (Clube do Remo)
Rogério Belém – Foto: Sandro Galtran (Clube do Remo)

Nesta terça-feira (03/10), o Clube do Remo recebe o Vila Rica, em seu Centro de Treinamento, pela 5ª rodada do Campeonato Paraense Sub-17. Até o momento, o time azulino acumulou 4 derrotas, o que o deixou na “lanterna” do Grupo A da competição estadual, resultando na saída do técnico Ailton Moraes e na contratação de Rogério Belém, ex-jogador do clube.

Aos 48 anos, ele tem a oportunidade de voltar ao clube que o revelou, agora como treinador. Como atleta, teve destaque com a camisa azulina na década de 1990, chegando ao Grêmio (RS), São Paulo (SP), Athletico (PR), Ceará (CE), Sport (PE), além de ter defendido equipes do futebol turco e grego.

“Voltar para o Remo, treinando uma categoria onde comecei a disputar, onde comecei minha trajetória no futebol, que foi no Sub-17, é importante demais, gratificante! A gente espera fazer um grande trabalho”, disse o ex-jogador.

Em seu retorno à antiga casa, ele falou sobre o desafio que está encarando pela frente, sua volta ao Baenão, influências na carreira e aspiração em um dia chegar a comandar o time profissional.

Ser técnico de futebol era algo que já passava pela sua cabeça quando jogador ou foi uma ideia que amadureceu aos poucos?

Quando comecei a jogar futebol, isso nem passava na minha cabeça. Quando cheguei aos 30, 31, 32 anos e comecei a me voltar para essa área. Eu e Fábio Carille (ex-técnico do Corinthians-SP, atualmente no V-Varen Nagasaki, do Japão), que é meu amigo, nos falamos sempre. Ele já deu um voo bem alto e estou em busca disso.

Você teve experiência em grandes clubes do Brasil e no futebol europeu. Quais as principais diferenças na preparação que mais chamaram atenção?

Tive experiência de jogar em grandes clubes do Brasil e da Europa. A principal diferença que encontrei lá foi a organização. Hoje estou feliz porque o Clube do Remo tem uma estrutura boa, um padrão adequado e uma boa gestão. Isso me chamou atenção fora do país e vejo o Remo no caminho certo.

O que você leva hoje para trabalhar com os garotos que faltou para você quando tinha 16, 17, 18 anos?

O que posso passar para os garotos é o que faltou para mim na minha época, que foi a falta de apoio. Hoje, vejo uma estrutura bem diferente, em especial para os trabalhos físicos. Na minha época, não tínhamos nem onde treinar. Hoje o Clube do Remo tem um CT bem estruturado. Felizmente, esses garotos têm uma estrutura muito melhor.

Como você vê a diferença das chances no Remo na época em que estava começando e agora? Os garotos têm mais chances de chegarem prontos ao profissional?

Depende muito da cabeça do treinador que vem para cá dirigir a equipe. Tem uns que vem com a mente totalmente fechada, não acredita na garotada, no jogador raiz, o que é muito ruim. O atleta da base está ralando, querendo aprender e se doa ao máximo em todos os quesitos. Isso atrapalha. Não posso falar que hoje seja mais fácil, pois tudo depende quase somente do treinador, estou aqui no Remo para ajudar, tentar mudar esse pensamento e dar oportunidade à base. São os garotos que dão equilíbrio ao time, ao clube, na parte financeira. Minha missão será essa e, futuramente, penso, inclusive, em estar perto do profissional.

Diário do Pará, 01/10/2023