Muitos consideram que o problema do Clube do Remo no futebol pode estar ligado diretamente aos salários atrasados dos funcionários do clube. Torcedores e membros da própria imprensa esportiva consideram que os atrasos no pagamento dos empregados da Sede Social e do Baenão explicariam a falta de sorte que tem atingindo o Remo nos últimos anos, como a queda do Campeonato Paraense do ano passado, quando o Cametá virou o jogo em cinco minutos e conquistou a vaga na série D.
A famosa zica entra em campo, nos pés dos jogadores azulinos, quando nem todos estão bem no clube. Só esse ano, são cinco meses de salários atrasados (contando com o mês de dezembro de 2012, que vence em janeiro). Os dados são confirmados pela própria diretoria do Remo. Contudo, logo após a divulgação de que o Leão enfrentaria o Flamengo (RJ) na Copa do Brasil – jogo que aconteceu na quarta-feira passada -, os cartolas já adiantavam que as pendências seriam pagas com a renda do jogo.
Mais de R$ 680 mil foram arrecadados pelo Leão no jogo, uma das maiores arrecadações da história. Funcionários se animaram. Porém, a realidade ainda não é bem como se imaginava. Em reunião na última sexta-feira, os diretores decidiram o que fazer com o dinheiro e revelaram que os cinco meses serão pagos até quarta-feira, dia 09/04.
O compromisso com a Justiça do Trabalho e os salários do plantel foram os entraves que fizeram apenas dois meses serem entregues na sexta-feira. “A responsabilidade ficou por conta do presidente (Sérgio Cabeça) em pagar o restante até quarta-feira”, disse Zeca Pirão, vice-presidente, o primeiro a afirmar quando os pagamentos aconteceriam. Zeca Pirão disse que obedece as ordens do presidente.
Mesmo contrariado, Pirão assume a responsabilidade de sua gestão. “O meu mandato tem cinco meses de atraso e vamos pagar. Agora, de outras gestões, temos que negociar”, adianta.
Os funcionários temem dar entrevistas sobre o assunto, mas afirmam que ao todo são 10 meses de atraso: cinco da gestão de 2012 e mais três anos do primeiro mandato de Sérgio Cabeça; e mais dois meses da época do Amaro Klautau.
Diário do Pará, 07/04/2013