Danilinho
Danilinho

Na nossa região, de tanto calor e tanta umidade, um atleta chega a perder até 4 quilos na transpiração em 90 minutos de jogo. Isso compromete não só o rendimento físico mas, por consequência, também a produção técnico-tática.

Alguns atletas se adaptam rapidamente, outros não. Uns são mais impactados do que outros. Um exemplo é Danilinho, do Remo. No seu único jogo em um período de 38 dias, o meia saiu desidratado na metade do segundo tempo e não conseguiu recuperação para o jogo seguinte, uma semana depois. Outro estreante, Kaio Wilker, jogou menos de meia hora e precisou ser internado em hospital, com virose.

Esse aspecto fisiológico não pode ser ignorado, para que não sejamos injustos com jogadores que frustram a torcida em Belém, com condenação logo nas primeiras impressões.

Não é exagero dizer que jogador que emplaca no Remo tem tudo para emplacar em clubes maiores, em qualquer região do Brasil. É que em Belém sobram pressão emocional, correria e adversidades de gramado, com terrenos fofos e grama alta. Isso tudo força o atleta a triplicar o esforço físico.

[colored_box color=”yellow”]O argentino Nano Krieger, aposta pífia do Remo para esta temporada, pode ter êxito em breve, talvez no seu país, mas não deixará de ter quebrado uma tendência: a importação de estrangeiros para o futebol paraense. Se desse certo, abriria portas para argentinos, colombianos, uruguaios, paraguaios. Krieger, que veio com credencial de goleador da base do Boca Juniors, teve tudo contra ele em Belém. Não jogava havia mais de um ano, teve dificuldades de adaptação ao clima amazônico e foi atrapalhado por lesão.[/colored_box]

Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 21/05/2017