Henrique e Edicleber
Henrique e Edicleber

Edicleber é um dos remanescentes da melhor geração extraída das divisões de base do Remo nos últimos anos. Participou do time que fez brilhante participação na Copa Norte e Copa do Brasil Sub-20 em 2013, chegando às semifinais do torneio nacional. Surgiu junto com Rodrigo, Sílvio, Tsunami, Ameixa, Igor João, Rony, Yuri e Nadson.

Era um dos destaques pela capacidade de executar funções diversas, aparecendo no meio-campo ou atuando no ataque. Depois do torneio, ficou no ostracismo, como a maioria daqueles garotos.

Sem oportunidades no clube, foi cedido por empréstimo ao São Raimundo, em 2014, depois para o Gavião e novamente para o São Raimundo este ano na disputa da seletiva de acesso ao Parazão.

Cacaio, em boa hora, resolveu resgatá-lo e ofereceu nova chance. Contra a seleção de Castanhal, no domingo (26/07), Edicleber mostrou que continua bom de bola, certeiro com o pé esquerdo e disposto a conquistar um lugar no elenco. Marcou 2 gols, exibindo categoria, e ainda deu o passe perfeito para Welthon fazer o terceiro gol no amistoso. Acima de tudo, jogou com desembaraço e disposição. Na verdade, seu rendimento naquela manhã de sol só surpreendeu quem não acompanha sua evolução.

As características de Edicleber são de um jogador moderno, capaz de executar diversas funções e se adaptar a esquemas variados. Cacaio deve ter observado isso, podendo lançar mão do atleta ao longo da Série D.

O retorno de Edicleber ao Remo acontece em momento curioso no clube, quando os atletas da base servem como moeda de troca para sanar os muitos problemas financeiros. Estranhamente, alguns dirigentes parecem confiar pouco no potencial das revelações azulinas, chegando em alguns casos a depreciar atletas de boa técnica, como Alex Ruan.

Poucos desses jogadores têm chances na equipe titular. O último foi Ameixa, recentemente negociado com o Corinthians (SP). Alex Ruan deve seguir o mesmo caminho.

De origem humilde, como a maioria dos jogadores oriundos da base no nosso futebol, Edicleber tem a oportunidade rara por aqui de mostrar seu valor no clube que o revelou. Vai precisar batalhar espaço e se firmar, mas tem a vantagem de conhecer bem o terreno onde pisa. Que tenha, acima de tudo, muita sorte.

Blog do Gerson Nogueira, 31/07/2015