"Re-Pa da Paz" termina em confusão

As equipes sub-20 de Remo e Paysandu se enfrentaram na noite de terça-feira, 28/10. A partida beneficente foi feita em parceria com Basílica Santuário de Nazaré, na Escola Superior de Educação Física (Esef). A entrada era a doação de 1 kg de alimento não perecível, que tinha como destino diversas instituições de caridade.

Na abertura do evento foi feita a reza de um terço, mas o que seria um “Re-Pa da Paz”, com a junção do esporte e religião em prol da caridade, acabou terminando em confusão entre torcedores dos dois times.

O início do confronto aconteceu normalmente. O Paysandu abriu o placar com Daniel Neves. Em seguida, Hugo empatou para o Remo e, de virada, Maciel marcou o segundo do Leão. Foi quando, aos 15 minutos do primeiro tempo, começou a correria nas arquibancadas. Algumas pessoas usavam pedaços de madeira, pedras e, inclusive, bombas, para atacar a torcida rival. A confusão se estendeu para as imediações e o ginásio teve que ser imediatamente fechado.

Ao final das orações, João Batista, torcedor do Paysandu, trocou de camisa e ficou caracterizado de bicolor. Porém, quando começou o quebra-quebra, o feirante guardou o uniforme em uma sacola, com medo de agressões.

“Tiramos logo a camisa do Paysandu e colocamos na sacola, justamente para evitar qualquer confusão. Ficamos com medo de ser agredidos por eles. É muito triste. A gente não gostou de jeito nenhum. É palhaçada uma coisa dessas”, disse o torcedor bicolor.

Os dirigentes das bases de Remo e Paysandu, Manoel Almeida e Ivan Correa, respectivamente, lamentaram o acontecido. Eles explicaram que o evento era de cunho religioso e reunia famílias.

“Essas pessoas tem que ser afastadas definitivamente do esporte. Qual é o propósito de vir aqui hoje? Tínhamos famílias. Um jogo de futebol de salão”, desabafou Manoel Almeida.

“Foi um evento religioso, promovido pela igreja, onde a gente teve a reza do terço antes. Nós imaginávamos que até isso eles iam respeitar, mas a audácia dos vândalos não respeita ninguém. Então, promoveram esse quebra-quebra, esse desrespeito não com Remo e Paysandu, mas com a sociedade paraense em si”, finalizou Ivan Correa.

A Federação Paraense de Futsal foi procurada para dar mais informações sobre a partida amistosa, mas não se conseguiu manter contato. Segundo informações da Polícia Militar, não houve solicitação de policiamento.

Globo Esporte.com, 29/10/2014