Remo 0×1 Paysandu, nos pênaltis: 6×5 – Foto: Fernando Torres
Remo 0×1 Paysandu, nos pênaltis: 6×5 – Foto: Fernando Torres

Em clássicos decisivos, cada lance carrega o peso da história. A tensão não dá trégua, o tempo parece se arrastar e o coração do torcedor pulsa fora do ritmo. Quando os nervos são testados até o limite e a bola parada define o campeão, é quando nascem as grandes narrativas do futebol. Foi assim no Mangueirão, palco de mais um capítulo épico do Re-Pa, onde a rivalidade secular se traduziu em suor, drama e superação.

O Clube do Remo é o campeão paraense 2025! Mesmo derrotado por 1 a 0 no tempo normal, o Leão superou o time bicolor nos pênaltis por 6 a 5, após empate em 3 a 3 no placar agregado, e ergueu a taça diante de mais de 40 mil torcedores no Mangueirão.

A estrela do goleiro Marcelo Rangel brilhou na hora decisiva e o zagueiro Reynaldo, com frieza, converteu a última cobrança para selar o título azulino em uma final marcada por tensão até o último chute.

No Mangueirão, palco lotado e céu encoberto prepararam o cenário para um primeiro tempo movimentado da final entre Remo e Paysandu. Com direito a chuva forte na reta final e tensão a cada posse de bola, o clássico Re-Pa nº 778 mostrou equilíbrio e emoção, mas terminou a etapa inicial sem gols no placar.

A bola rolou sob comando do árbitro pernambucano Rodrigo Pereira, com o Paysandu tomando a iniciativa. Logo aos 2 minutos, Leandro Vilela arriscou de fora da área e obrigou Marcelo Rangel a espalmar para escanteio. O Remo respondeu com Pedro Rocha, que pressionou Luan Freitas, forçando o erro e ganhando escanteio, aos 4 minutos.

A melhor chance azulina viria aos 10 minutos, quando o próprio atacante invadiu livre pela direita e finalizou por cima, desperdiçando grande oportunidade.

Apesar do susto, o time bicolor manteve a pressão e quase abriu o placar aos 18 minutos. Vilela, livre no bico da pequena área, finalizou para fora em um lance inacreditável. Em sequência, a zaga do Remo teve trabalho para conter finalizações perigosas de Reverson e Benítez. O clássico seguiu equilibrado e tenso.

O Remo teve bons momentos, principalmente com Pedro Rocha, que exigiu boa defesa de Matheus Nogueira, aos 24 minutos. Pouco depois, o jogo parou por lesão – o atacante Janderson, com dores na coxa direita, precisou deixar o gramado, sendo substituído por Kadu.

Aos poucos, o tempo virou em Belém. As nuvens pesadas deram lugar à chuva intensa a partir dos 40 minutos. Mesmo assim, o Remo quase marcou no apagar das luzes do primeiro tempo, quando Pedro Rocha finalizou com força da entrada da área, mas Matheus Nogueira se esticou todo para fazer a defesa e evitar o gol remista.

O segundo tempo da grande final começou com fortes emoções. Ainda no intervalo, os dois técnicos mexeram nas laterais. Thalys entrou no Remo no lugar de Sávio, enquanto o Paysandu trocou Reverson por PK.

Antes mesmo da torcida se acomodar, Pedro Rocha teve a chance de ouro para o Leão abrir o placar, mas parou mais uma vez na inspirada noite de Matheus Nogueira, que fez defesa providencial.

O Paysandu respondeu aos 5 minutos, com Rossi escapando pela direita e sofrendo falta de Marcelinho, que recebeu o primeiro cartão amarelo pelo lado azulino. No lance seguinte, Felipe Vizeu quase marcou para o Remo, mas novamente Matheus Nogueira brilhou.

A tensão aumentou aos 7 minutos, quando o VAR começou a checar um possível toque de mão de Reynaldo dentro da área. Após longa análise, o árbitro assinalou o pênalti para o Paysandu, gerando muita reclamação dos jogadores do Remo. Aos 14, Rossi foi para a cobrança e, mesmo com toque de Marcelo Rangel na bola, abriu o placar, igualando o placar agregado da final em 3 a 3.

O Remo reagiu com substituições. Giovanni Pavani e Felipe Vizeu deram lugar a Dodô e Adailton.

O Leão pressionava e, aos 27 minutos, após escanteio, Klaus ajeitou de cabeça para Adailton, que furou o voleio. Pouco depois, o próprio Klaus sentiu a virilha e precisou ser substituído por Rafael Castro.

O momento mais dramático para os azulinos veio aos 38 minutos, quando Adailton escapou pela direita e chutou cruzado, mas a bola bateu no braço de Bryan Borges e o árbitro assinalou pênalti para o Remo! Na cobrança, o atacante bateu bem, mas Matheus Nogueira voou no canto esquerdo e evitou o empate azulino.

Com o empate no placar agregado, a decisão do Parazão 2025 foi para as cobranças de pênaltis. Emoção pura no Mangueirão!

Na cobrança inicial, brilhou a estrela do goleiro Matheus Nogueira, que defendeu a cobrança de Pedro Castro. Bryan Borges marcou e colocou o time bicolor em vantagem. O meia Dodô balançou as redes e Benítez acertou o travessão, igualando novamente a disputa.

André Lima, Leandro Vilela e Giovanni balançaram as redes para o Paysandu. Do lado do Remo, Pedro Rocha, Ivan Alvariño e Adailton converteram, fechando os 5 primeiros tiros com igualdade em 4 a 4.

Vieram, então, as cobranças alternadas. Quintana colocou o Paysandu à frente, mas Marcelinho manteve o Leão vivo com um chute preciso.

Na 2ª série alternada, Dudu Vieira bateu, mas Marcelo Rangel defendeu. Na bola decisiva, Reynaldo foi para a cobrança e bateu firme no canto direito, fazendo 6 a 5 para o Remo.

Com o resultado, o Clube do Remo conquistou seu 48º título do Campeonato Paraense, em uma final eletrizante decidida apenas nas penalidades. O Mangueirão presenciou um clássico digno de sua grandeza – decidido nos detalhes, na raça e na emoção!

Diário Online, 11/05/2025

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