O que alegamos como atrativo para jogadores e técnicos no futebol paraense? Torcida, torcida, torcida… O mercado local não evoluiu o bastante. Nossos clubes importam muito e não são tão atrativos, seja por defasagem de estrutura, de organização e/ou de mentalidade. Isso é incontestável!
Um exemplo oposto é o caso do Mirassol (SP), que faz sucesso na Série A com uma folha salarial mensal de R$ 4 milhões, pouco mais que a folha do Remo na Série B.
Por que o Mirassol (SP) contrata tão bem? A geografia ajuda (interior paulista) e a vitrine da Série A mais ainda, mas um fator muito importante é o moderno e completo Centro de Treinamentos, que favorece o desenvolvimento da performance e dá perspectiva de mercado europeu.
Em Belém, o Remo treina no Baenão porque o seu CT não oferece condições adequadas. Há 2 anos, o ex-atacante azulino Muriqui causou polêmica ao falar da sua surpresa negativa ao conhecer o CT do Remo, afirmando que seu pé “atolava” no lamaçal do campo.
Em vez de avaliar a crítica, os azulinos tomaram como ofensa. Foi um “Deus nos acuda”! O episódio escancarou a falta de compreensão dos que decidem aos processos modernos de preparação diária dos atletas e os executivos nem sempre têm força para fazer valer o que é correto.
Teto
Felipe Vizeu ganhava no Remo um salário que o Mirassol (SP) não paga a nenhum jogador em plena Série A. O teto no clube paulista não chega a R$ 200 mil. O Mirassol (SP) funciona com um orçamento de R$ 100 milhões/ano e a receita de bilheteria é inexpressiva.
Posicionamento
A posição de um clube no mercado do futebol depende fundamentalmente de como ele é visto. As questões centrais são: Como é o projeto? Tem boa estrutura? Honra os compromissos? Valoriza a continuidade de trabalho? Que competições disputa? Quem está no clube?
Essa última questão distingue o Remo com Marcos Braz e agora também com Guto Ferreira. O clube azulino está em uma fase muito oportuna para estruturação e organização de processos, muito por mérito do presidente Antônio Carlos Teixeira, que sempre teve essa busca de profissionalismo na gestão do futebol.
Foi lá
Foi em Ponta Grossa (PR) que o Remo conquistou uma das suas vitórias mais preciosas, por 1 a 0, sobre o Operário (PR), na véspera do Círio de 2015. Depois, foi só confirmar em Belém a ascensão à Série C, com vitória por 3 a 1, no Mangueirão lotado, libertando-se da humilhação de ter sido aspirante à Série D ao longo de 7 anos.
Neste domingo (05/10), em Ponta Grossa (PR), o Remo trata de reafirmar que segue candidato à Série A em 2026. No mínimo, trata de confirmar que está em novo ciclo, com Guto Ferreira, já olhando para a próxima temporada, com ou sem acesso.
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 05/10/2025