O Remo ficou a poucos segundos de conquistar uma vitória que o colocaria na vice-liderança e muito mais próximo da luta pelo título da Série B, mas viu o sonho escapar no último lance, frustrando a festa azulina que tomava conta do estádio.
O primeiro tempo no Baenão foi daqueles de deixar o coração azulino acelerado. A torcida lotou o estádio, empurrou o time desde o aquecimento e viu um começo de jogo que parecia final de campeonato.
Logo nos primeiros minutos, a Chapecoense (SC) mostrou que não veio a passeio. Vitor Caetano ajeitou no meio, Everton chegou batendo firme e Kayky salvou o Leão. No escanteio seguinte, o mesmo Everton apareceu livre e cabeceou rente à trave, em uma chance claríssima.
O time remista parecia sentir o peso da festa, errando passes e dando espaço, enquanto a equipe catarinense se animava, mas bastou um “lampejo” para o Baenão incendiar. Aos 7 minutos, Diego Hernandez achou Marcelinho livre, o lateral-direito cruzou rasteiro para Nico Ferreira, que finalizou bem e só não fez o gol porque o goleiro Rafael Santos se esticou todo para salvar.
A defesa da Chapecoense (SC) evitou o primeiro “rugido”, mas aquele lance acordou o time de Guto Ferreira e Remo começou a ganhar mais coragem, arriscando inversões, passes longos e subindo as linhas.
Só que o jogo era aberto e o adversário respondeu na bola parada. O paraense Giovanni Augusto cobrou falta na medida e Neto Pessoa subiu alto para dar cabecear. Atento, Marcelo Rangel fez uma defesa monumental, daquelas que valem como um gol – a primeira após seu retorno surprendente.
O duelo era lá e cá. No embalo da torcida, o Leão respondeu com Pedro Rocha, que limpou bonito e bateu com efeito, mas a bola passou raspando a tinta do travessão.
A cada lance, os gritos de apoio vinham mais fortes das arquibancadas. Foi no embalo desse clima que o Baenão explodiu aos 30 minutos. Em jogada trabalhada com paciência, Diego Hernandez avançou pela direita, tocou para Nathan, que ajeitou de leve para Caio Vinícius, que aparecia como elemento surpresa na área catarinense. O volante-artilheiro dominou, girou com categoria e mandou no cantinho, como um centroavante, marcando seu 6º gol no campeonato – o 4º após a chegada de Guto Ferreira.
A comemoração foi de arrepiar, com o estádio em delírio! Depois disso, o Leão soube controlar o jogo, tocando a bola, esfriando o ímpeto da Chapecoense (SC) e levando a vantagem para o intervalo com a alma lavada e o sonho do acesso cada vez mais vivo.
O segundo tempo começou tenso, com o Baenão fervendo e o Remo tentando segurar a vantagem construída na etapa inicial. A equipe adversária voltou mais agressiva, adiantando as linhas e forçando o Leão a jogar no erro.
Logo nos primeiros minutos, Neto Pessoa chegou a balançar as redes, mas o assistente marcou impedimento no início da jogada, confirmado pelo VAR.
O susto serviu de aviso e mostrou que a Chapecoense (SC) queria jogo. Em resposta, Diego Hernandez quase ampliou, aos 10 minutos, em chute colocado que passou rente à trave e fez a torcida prender o fôlego.
O duelo virou uma montanha-russa de emoções. No minuto seguinte, Neto Pessoa teve a chance de empatar em jogada inacreditável, quando driblou Marcelo Rangel e ficou com o gol aberto, mas Klaus travou no último instante e Jorge completou o corte em cima da linha.
O VAR ainda revisou o lance por um possível pênalti, mas tudo terminou em impedimento do atacante. O Baenão vibrou como se fosse um gol, sentindo que o time ainda estava no controle.
A Chapecoense (SC), no entanto, não desistiu. O zagueiro Eduardo Doma quase empatou aos 25 minutos, em cabeçada que raspou a trave.
Guto Ferreira mexeu na equipe, tentando reforçar o meio e segurar o resultado, enquanto o time catarinense partia com tudo, colocando atacantes em campo e empilhando cruzamentos. O Leão respondeu em contra-ataques rápidos, mas pecou nas finalizações.
Parecia que o placar de 1 a 0 resistiria até o fim, mas o futebol é traiçoeiro. No último lance do jogo, uma ligação direta da defesa catarinense encontrou Doma na entrada da área. O zagueiro dominou e bateu para o gol, a bola desviou em Reynaldo e enganou Marcelo Rangel, morrendo lentamente no fundo da rede azulina. Silêncio no Baenão.
O empate caiu como um balde de água fria em uma noite que prometia ser de festa. Com o empate, o Leão chegou aos 58 pontos e manteve-se no G4, ainda em 3º lugar, firme na luta pelo acesso, mas com a sensação amarga de que 2 pontos escaparam por entre os dedos.
O próximo desafio será no sábado (08/11), fora de casa, contra o Novorizontino (SP), a partir das 16h.
O Liberal.com, 02/11/2025


