Há 30 anos Remo iniciava sequência de 33 jogos sem perder para o Paysandu

“O maior tabu da história dos clássicos no futebol”, assim é conhecida a marca histórica que o Remo fez de 33 jogos sem perder para o maior rival, o Paysandu. Na última terça-feira (31/01), os azulinos comemoraram 30 anos da 1ª partida desse feito, realizada em 1993.

No duelo que deu o ponta pé inicial deste tabu, Remo e Paysandu empataram em 0 a 0, em partida válida pelo Torneio Pará-Ceará. O Leão jogou com Flávio; Marcelo, Belterra, Gilberto Cametá e Vanderley; Agnaldo, Dema e Serrano (Alex); Edson, Leco e Luciano Viana (Celso Reis). O técnico era Wanderley Carvalho.

A hegemonia do Remo durou exatos 4 anos, 6 meses e 24 dias, só sendo quebrada em 1997. No Mangueirão, Remo e Paysandu se enfrentaram e os bicolores venceram por 2 a 0, comemorando como se fosse um título importante.

Atual coordenador técnico azulino, Agnaldo de Jesus, também conhecido como “Seu Boneco”, atuou como volante remista de 1992 a 1997 e esteve presente em boa parte dos clássicos que fizeram parte deste tabu.

“Foi um marco importante na história do Remo e do futebol paraense. Mais uma vez, estamos entrando para a história do clube positivamente. Afinal, ninguém fica quase 5 anos sem perder para o seu maior rival. Até hoje é lembrado e fico feliz por isso. É algo marcante na minha vida como atleta”, contou.

Para quem pensa que o feito era alguma meta a ser batida entre os atletas, Agnaldo revela que não. Ele afirma que os resultados foram saindo naturalmente e a qualidade dos jogadores azulinos na época fizeram diferença.

“O clima era sempre tranquilo. Não tínhamos isso em mente. As coisas foram acontecendo naturalmente, não tínhamos essa mentalidade de tabu. Aconteceu porque tínhamos um time bom, competitivo, que honrava e suava a camisa, que respeitava o clube em todas as suas esferas. Tive o prazer e a honra de trabalhar com jogadores bons”, disse.

Agnaldo já passou pela experiência de ser treinador do Remo e de outras equipes do futebol paraense e conhece bem como anda o nível do esporte no Estado. Analisando as fases de Remo e Paysandu atualmente, ele ressaltou que é difícil algum dia qualquer um dos lados chegar ou superar os números do tabu.

“Na vida, tudo pode acontecer, mas acho muito difícil chegar a essas 33 partidas sem perder para o maior rival. Se vier a acontecer, vou ficar feliz também. Sinceramente, do jeito que o futebol hoje está muito competitivo, muito igual, acho difícil chegar a esse patamar novamente”, concluiu.

Ao todo, Remo e Paysandu já se enfrentaram 766 vezes, com 267 vitórias remistas, 239 bicolores e 260 empates. Com esses números, o Re-Pa é até hoje o clássico mais disputado do futebol mundial.

Globo Esporte.com, 01/02/2023