Apostas
Apostas

O mercado de apostas no futebol já movimenta mais de R$ 15 bilhões por ano no Brasil. Essas apostas são bem diversificadas e vão do placar do jogo à quantidade de escanteios em cada tempo, passando por cartões amarelos e vermelhos, agressões, pênaltis, gols contra…

Isso tudo parece suspeito aos especialistas na “caça às fraudes” e o assunto voltou a ter destaque por casos ocorridos na última Série B e que estão sob investigação.

A empresa SportRadar, que atua em várias regiões do mundo e está a serviço da CBF no monitoramento do futebol brasileiro, já vinha fazendo esse serviço no Parazão. A FPF acabou de ampliar o raio de monitoramento para a Segundinha e para o Estadual Sub-20, competições também visadas pela máfia.

Como funciona o esquema?

Operadores da máfia fazem propostas a jogadores em dificuldade financeira, principalmente os que estão no início ou no final da carreira. Eles pagam para que atletas façam acontecer em seus jogos o que foi apostado. Quando ocorre a coincidência entre um alto volume de apostas e um fato estranho, é dado o sinal para que clubes ou Federações façam denúncia ao Ministério Público ou à polícia.

O imenso sucesso do mercado de apostas rendem bons patrocínios aos clubes. O negócio já tornou-se um mal necessário ao futebol. O desafio das instituições é zelar pela honestidade no negócio e a forma é punição aos criminosos.

Nos campeonatos estaduais eram recorrentes as fofocas acerca de suborno de atletas e árbitros, com favorecimentos bancados pelos próprios favorecidos. Agora, na era das apostas, clubes são favorecidos ou prejudicados sem nem saber, por ações e interesses de terceiros.

Aconteceu com o Remo

O Leão foi diretamente atingido por uma organização criminosa em uma edição de Campeonato Brasileiro. Em 1993, o árbitro Valter Senra (RJ) foi incumbido pelo “chefão” da arbitragem da CBF, Ivens Mendes, com a missão de “ajudar” a Portuguesa (SP) a eliminar o Remo, no jogo de volta do “mata-mata”, no estádio Canindé, depois de uma goleada azulina no jogo de ida, por 5 a 2, no Mangueirão.

Senra anulou um gol do volante Agnaldo sem justificativa nenhuma e se esforçou na ajuda ao clube paulista, que venceu aquela partida por 2 a 0, mas acabou eliminado no saldo de gols.

Após 4 anos, quando caiu o “esquemão” de Ivens Mendes, o árbitro confessou que trabalhou sob encomenda naquele jogo, embora não tenha conseguido cumprir o objetivo.

Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 18/02/2023

1 COMENTÁRIO

  1. Tem que tomar cuidado com essa sacanagem,lembro que o REMO foi rebaixado para a série C com gol legítimo do Neto Moura,anulado pelo sujo do claus,sem solicitar nem VAR que naquele momento estava disponível na Arena Baenao!

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