Agnaldo de Jesus – Foto: Cristino Martins (O Liberal)
Agnaldo de Jesus – Foto: Cristino Martins (O Liberal)

Agnaldo de Jesus tem um longo histórico de serviços prestados ao Remo. Foi várias vezes campeão como jogador, como técnico (com 100% de aproveitamento), teve acesso como auxiliar e ajudou a formar jogadores nas categorias de base. Agora, aos 55 anos, ganhou um novo desafio – ser coordenador do futebol azulino.

A função é mais importante do que o nome aparenta. Ele circula entre atletas, comissão técnica e dirigentes para garantir a ordem e que o ambiente esteja propício aos bons resultados – caminho que ele próprio já provou que sabe trilhar.

“Essa função de coordenador fica entre o presidente do clube, a diretoria e o comando técnico, o Marcelo Cabo e o executivo (Thiago Gasparino)”, disse.

“Fico nesse meio intermediando algumas situações internas e externas do clube, tentando ajudar a organizar algumas coisas junto com o executivo Thiago, com o Marcelo e o presidente (Fábio Bentes)”, resumiu.

O ídolo da torcida, mais conhecido pelo apelido de “Seu Boneco” pela semelhança com o personagem da “Escolinha do Professor Raimundo”, usa também a força da liderança e da “malandragem” dos tempos de jogador para evitar problemas extracampo ou divergências entre o elenco, aparando arestas.

“Todos os dias temos que estar sempre antenados, estar ligados no clube em todos os setores. Hoje exerço a função de coordenador de futebol, na qual tenho livre acesso a todos os departamentos para ver o funcionamento. Sou um dos funcionários que chegam cedo no clube, passo na rouparia, na fisiologia, no nutricionista, fisioterapia, acompanhando o andamento de todos os processos”, detalhou.

O convite foi feito pela diretoria no final do ano passado, quando tinha outros projetos profissionais em mente, inclusive fora do Pará, mas a decisão de “voltar para casa”, segundo ele, não foi difícil.

“Quando apareceu esse convite do Fábio Bentes, estava em Recife (PE). Como muitos sabem, trabalhei no Sport (PE). Fui no Vitória (BA), para ver algumas funções em outros setores e, por coincidência, recebi o convite do Remo para trabalhar na coordenação”, contou.

“Para mim, retornar ao Clube do Remo é motivo de uma satisfação muito grande, já que nunca escondi de ninguém o amor, o respeito e a consideração que tenho por esse clube. Aprendi a amar o clube, faz parte da minha vida”, reiterou.

O passado como atleta faz de Agnaldo uma figura de fácil entendimento da rotina do time. “Entrar” na cabeça dos jogadores é uma das funções que acabam sendo compartilhadas com a comissão técnica. O auxílio à gestão de pessoas é uma parte importante do processo, já que a fala vem de uma figura que não é o treinador, mas tem o peso de um ídolo que construiu sua história no Baenão vindo de fora do Estado e que escolheu Belém como lar.

“Sei da responsabilidade, sei que fui um ídolo do clube, sei da cobrança que existe, que vai existir, mas só para lembrar vocês, já fui atleta do clube durante 7 anos, tenho 6 títulos”, citou Agnaldo.

“Marcelo Cabo me dá uma autonomia muito grande para que eu possa abordar os atletas em alguns quesitos. Não tenho interferência nenhuma em escalação, não tenho interferência em contratações”, salientou.

Há quase 2 meses no cargo, Agnaldo de Jesus celebrou o novo momento no clube e já viu algumas reações dentro do plantel, como o abraço de Soares no gol marcado pelo meia contra o Independente Tucuruí, na estreia do Parazão, por exemplo.

“Sei o que posso fazer e o que não posso fazer. Tenho os meus limites, sei até onde posso chegar e até onde não posso chegar. Quando tenho alguma dúvida, me direciono ao presidente ou ao Marcelo ou ao executivo. Não faço nada ‘da minha cabeça’ no sentido de tomar alguma decisão drástica. Agora, tenho sim autonomia do Fábio (Bentes) de poder decidir algumas coisas dentro do clube. Porque, senão, não estaria ali só por estar. Tenho o peso que tenho, tenho as conquistas que tenho. Tudo com trabalho, com honestidade e com lealdade”, finalizou.

O Liberal, 26/02/2023

3 COMENTÁRIOS

  1. O seu boneco, tem que se eternizar no clube do Remo, pela sua contribuição, dedicação e amor a esse clube. Lembro – me, quando na mesma partida, exerceu a função de jogador e técnico ao mesmo tempo e saiu vitorioso em cima do time do outro lado.
    E digo mais, o Remo tem que mandar fazer uma estátua com a imagem de Aguinaldo de Jesus e colocar ao lado do nosso Leão Azul.

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