Remo 2×2 São José-RS (Rony, Paulinho Curuá, Marlon, Rodrigo Pimpão, Leonan, Netto e Anderson Uchôa)
Remo 2×2 São José-RS (Rony, Paulinho Curuá, Marlon, Rodrigo Pimpão, Leonan, Netto e Anderson Uchôa)

Reforçar um elenco não é tarefa fácil para nenhum clube no Brasil, mas é ainda pior para os que disputam a Série C. Como se sabe, a competição é um campeonato sem expressão nacional e não tem transmissão regular pela TV – passa apenas um jogo por semana, na Band. Por isso, os jogadores têm pouco interesse em defender a dupla de representantes do Pará.

No afã de justificar por que a maioria dos boleiros foge dos clubes daqui, há quem justifique com a falta de “praias” em Belém. Caso isso fosse verdade, os jogadores não topariam atuar em clubes de Goiás, Minas Gerais e São Paulo, só para ficar nesses exemplos.

Quando nossos clubes figuravam nas principais divisões do futebol brasileiro, o problema não existia. Alguns dos jogadores mais qualificados do país aceitaram trocar o Sudeste pelo Norte, sem maiores problemas, levando à conclusão óbvia de que é difícil contratar bons jogadores porque nossos clubes não têm visibilidade e estão fora das competições mais atraentes e lucrativas.

Assim como ocorre com os artistas, jogador de futebol não vive sem vitrines e holofotes. Disputar a Série C significa sumir de circulação. Sem jogos exibidos na TV, os jogadores deixam de ser vistos.

É comum ouvir nas emissoras de rádio e ler na internet torcedores cobrando reforços. Para eles, o time deve ser constantemente modificado em busca da perfeição. Quando vê um jogador brilhando com outra camisa, o torcedor logo fica a projetar como ele renderia em seu time e tome pressão sobre os dirigentes!

O lado mais desastroso disso é que, de vez em quando, esse cerco resulta em contratações destituídas de bom senso, que terminam por decepcionar, gerando efeito reverso. O torcedor que tanto cobrou reforços é o primeiro a reclamar das contratações.

O atacante Pipico é um exemplo típico. Com um nome marcante pelos gols marcados há mais de 5 anos, quando defendia o Santa Cruz (PE), ele foi saudado por boa parte da torcida bicolor como aquisição importante para o ataque. Os 37 anos de idade e o longo período inativo foram esquecidos.

Quando não mostrou os vestígios do antigo artilheiro, sobreveio a frustração. Como era previsível, o veterano não tinha mais mobilidade e presença de área para resolver os problemas que acometiam o ataque do Paysandu. Saiu daqui com o saldo irrisório de apenas 1 gol marcado.

Porém, isso não é exclusividade na Curuzu. O Remo trouxe Rodrigo Pimpão, um pouco mais jovem que o “reforço” do rival, mas também fase descendente na carreira. Sem o ímpeto e a velocidade de 6 anos atrás, quando foi destaque no Botafogo (RJ), Pimpão tornou-se titular exclusivamente pelo nome, mas o rendimento foi muito aquém do esperado.

Contratar ex-jogadores em atividade tornou-se comum por aqui diante da ausência de alternativas para os clubes. Em geral, por preguiça e desinformação, os gestores do futebol aceitam passivamente as indicações de técnicos e executivos e contratam sem o necessário cuidado de verificar histórico e até o condicionamento físico e atlético dos jogadores.

Isso leva a um outro ponto, talvez o mais importante – a gestão deve ser obrigatoriamente profissionalizada!

Passou o tempo dos “abnegados de plantão”, “baluartes” e meros curiosos. Apesar da inegável boa vontade, são esses dirigentes que acentuam o atraso massacrante do futebol paraense.

Técnicos e executivos são pessoas detentoras de conhecimento, gestores precisam saber mais sobre futebol profissional, até mesmo para ajudar na prospecção de reforços – de verdade – para seus clubes.

Blog do Gerson Nogueira, 08/10/2022

6 COMENTÁRIOS

  1. O Remo hoje não pode ser comparado a mucura,temos credito na praça,só esses caras da rádio clube que babam ovo do chefe deles,o guerreiro que é mucurento doente,pois,eles sim,estão endividados até a alma!!!

  2. Nunca gostei de comentários de gente de fora do clube do Remo…sempre são tendenciosos. O clube do Remo deve investir na base e fazer contratações pontuais e de preferência jogadores novos…os veteranos já mostraram que não atendem a necessidade.

  3. Presidente nunca jogou bola, por isso a dificuldade em achar jogador, seus auxiliares super faturam jogadores ruins é fato!

  4. Mucura deve até a alma, pra receber lá só pela justi a do trabalho.. Leão com crédito tudo em dia e chupa rádio clube

  5. Concordo com você José Marcelo,nossos clubes tem que investir em suas bases como sempre faziam no passado, colocar olheiros nos interiores, nos Estados vizinhos e irem buscar atletas em formação, tem muitos garotos pôr aí comendo a bola, diretora do CLUBE DO REMO acordem por favor.

Comments are closed.