CBF
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Há quem veja motivo para comemoração na premiação definida para a Série C em 2022. Valores que correspondem a pouco mais de uma “esmola” aos 20 clubes participantes – cada um deles ganhando uma cota de R$ 250 mil por participação.

Até o ano passado, a coisa era ainda mais constrangedora – os clubes não ganhavam nada!

Desta vez, após forte pressão na acalorada reunião do Conselho Técnico, nesta sexta-feira (04/02), a CBF concordou também em recompensar a meritocracia na competição, pagando um prêmio de R$ 400 mil ao campeão, R$ 300 mil ao vice, R$ 200 mil ao 3º colocado e R$ 100 mil para o 4º colocado. Além disso, campeão e vice ganharão um automóvel da Fiat 0 km.

Há um lado a ser considerado – a CBF nunca havia pago cota alguma a clubes da Série C, embora tenha dado uma “migalha” (R$ 200 mil) a cada um em 2020, por conta da pandemia. No ano passado, a entidade fez 2 aportes de R$ 200 mil como “ajuda de custo”, ainda devido à pandemia.

Para este ano, os clubes reivindicavam R$ 4 milhões de cota, caso se a competição fosse disputada em pontos corridos, com turno e returno, como as Séries A e B. Caso ficasse decidido – como ficou – que fosse em turno único, queriam receber R$ 1,5 milhão de cota. Um valor mais compatível com as dificuldades vividas pelos clubes participantes.

Só para efeito de comparação, a última Série B pagou quase R$ 8 milhões brutos de cota para cada clube, entre eles, o Clube do Remo.

Ao liberar R$ 250 mil de cota para cada participante da Série C, além de mais R$ 1 milhão de meritocracia em rateio, a entidade está disponibilizando um total de R$ 6 milhões para distribuir a todos os clubes, além dos 2 carros. Um valor inferior à cota paga para cada clube da Série B.

Por tudo isso, não é exagero dizer que a Série C é uma espécie de “xepa” entre as 3 principais divisões do futebol brasileiro e a CBF não faz a menor questão de disfarçar essa condição. Para uma instituição cujo orçamento anual gira em torno de R$ 1 bilhão, o que ela destina ao 3º escalão é pouco mais que uma “esmola”.

Os 11 clubes que se dispuseram a enfrentar abertamente a má vontade da CBF, entre os quais Remo e Paysandu, demonstraram dignidade e coragem. Graças a eles, saiu esse agrado financeiro e o campeonato terá uma forma de disputa mais próxima do que se pode considerar justo.

Com formato definido em turno único, os times nortistas escaparam da condição de principais vítimas da tabela, a partir de deslocamentos insanos caso ficassem no grupo do Sul-Sudeste. Os quadrangulares entre os 8 primeiros também parecem menos injustos do que em anos anteriores.

No fim das contas, nem tudo ficou tão bom quanto poderia ser, nem tão ruim quanto normalmente era.

Blog do Gerson Nogueira, 05/02/2022

3 COMENTÁRIOS

  1. Por isso é série C, tem atrativo bem menor. A solução é investir com seriedade para montar um elenco capaz de subir pra série B. Afinal, como já sabido, série C não dá futuro. Apenas faz parte de uma dura transição.

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