Mazola Júnior
Mazola Júnior

Mazola Júnior assumiu o Remo com duas missões ousadas, mas plenamente possíveis: a obtenção do tricampeonato paraense e o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro.

O tamanho dos objetivos exige prudência, competência e resultados a curto e médio prazo. O problema é que o estilo de trabalho do treinador foi interrompido bruscamente por conta da pandemia do novo coronavírus. O retorno, após mais de 100 dias, embora gradual, impõe novos desafios.

No caso do Remo, o plantel foi modificado em cerca de 20%, conforme dados da própria presidência do clube, em busca de uma maior competitividade.

Vale ressaltar que, é claro, essa mudança de rota não é algo exclusivo do Leão, pelo contrário.

Mazola avaliou o cenário do futebol brasileiro, fez uma comparação com o retorno do esporte na Europa e pediu cautela e paciência. O técnico azulino afirmou que há uma estimativa para quando o grupo atinja níveis físicos e técnicos ideais. Além disso, Mazola explicitou uma relação curiosa do futebol neste período em que os estádios não recepcionarão torcedores.

Quais as impressões com o retorno gradual do futebol brasileiro? Em que momento as equipes vão se apresentar melhor?

O retorno gradual do futebol brasileiro é uma situação totalmente inédita. Foi uma parada tão longa assim. A perspectiva é que teremos problema logo nos primeiros jogos, com um baixo nível físico e técnico. Se as grandes equipes europeias passaram por isso, imagina nós, aqui. Tenho certeza que, com a sequência de treinamento e jogos, que serão muitos em pouco tempo, e considerando um espaço de um mês a 45 dias, a equipe já possa estar em um nível muito aceitável de jogo.

Qual o nível que você acredita que o Campeonato Paraense voltará, com relação aos adversários e a outros fatores, como arbitragem?

Sinceramente, espero o Campeonato Paraense no seu mais alto nível. Sabemos que o Parazão é difícil na época que é normalmente realizado, devido ao período da chuva. Isso dificulta a técnica dos jogadores, principalmente, dos jogadores daqui, que são habituados. São atletas de muita qualidade técnica. Agora teremos a competição em pleno verão paraense, com os campos mais secos. Que possa aparecer um futebol com mais técnica do que o apresentado normalmente. Sobre os árbitros, vamos aguardar a reação e o trabalho que terá menor pressão com a ausência de público. A ausência de público, acredito que possa gerar um fator positivo para a arbitragem, que possa fazer com que a arbitragem seja menos influenciadora no resultado da partida. Não tendo pressão da torcida, será melhor para os árbitros. Esse setor do espetáculo levará vantagem.

E o Remo? Quais as particularidades após a paralisação?

No clube, há uma ótima condição de trabalho, seguindo a risca os protocolos feitos pelo nosso Departamento Médico. Estamos fazendo um bom trabalho, priorizando a parte física nestes primeiros 15 dias. A partir do dia 20/07, vamos dar ênfase maior na parte técnica, tática. Começar a definir, até em função das condições físicas, a equipe que deve reiniciar a competição no dia 02/08. Vamos ter que usar todo o plantel, vai ser necessário um rodízio. É impossível você voltar com 8 jogos em 1 mês, depois de uma paralisação de 100 dias. Se não conseguir rodar o plantel e não tiver um plantel para isso, o índice de lesão vai ser grande. Vamos aproveitar o fato das 5 substituições e, na sequência de jogos, para deixar todo mundo em um ritmo bom de competição de e treinamento, para recomeçar da melhor maneira possível no aspecto físico e tático as competições.

O Liberal.com, 19/07/2020

4 COMENTÁRIOS

  1. Este prazo de 30 dias para esta “pré/intertemporada” é bastante razoável. Logicamente, os times não retornarão com um entrosamento perfeito. O trabalho do treinador é justamente organizar o melhor conjunto disponível no elenco. Considerando TODOS os jogadores do clube. Sem “panelinhas” e “jogadores de confiança”, pois estes, depois das derrotas, vão embora juntamente com o comandante. E o REMO fica…..

  2. Time para a série C: Vinícius; Everton, Fredson, Alemão e Mandai; Lucas, Rusch e Gelson; Eduardo Ramos e Hermel (Carlos Alberto); e Zé Carlos. No esquema 4-3-2-1, como se tem cogitado. Acho que o Kevem pode conseguir uma vaga para deixar a zaga menos pesada.

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