Mangueirão
Mangueirão

Representantes dos clubes participantes da elite do Parazão estiveram reunidos, nesta terça-feira (09/06), com o presidente da Funtelpa, órgão do Governo do Estado que é um dos patrocinadores da competição e responsável pela transmissão dos jogos. Foi uma conversa inicial e específica no sentido de buscar soluções para viabilizar a retomada do Parazão, mas novos obstáculos também foram descobertos.

O Paysandu foi representado pelo seu próprio presidente, Ricardo Gluck Paul, que repassou alguns dos temas debatidos no encontro. Além dos entraves financeiros, uma novidade negativa veio à tona: a deterioração física do Mangueirão se agravou nos últimos meses, também em razão da falta de uso e manutenção causada pela pandemia.

“A informação que temos é que o Mangueirão não tem mais condições de receber jogos. As informações vêm de uma situação de agravamento do que ocorreu no último Re-Pa. Hoje, então, temos mais placas comprometidas, mais situação de exposição de ferragens, de concreto. A informação que a gente tem é que o Mangueirão vai entrar em interdição imediatamente. Ou seja, isso também traz mais um questionamento para essa situação. A gente não tinha mais recurso e agora não tem mais o estádio”, levantou o mandatário bicolor.

Na primeira reunião da Comissão de Segurança no Combate à Covid-19, da FPF, chegou-se ao consenso que os jogos restantes do Parazão seriam disputados em estádio único e o Mangueirão era naturalmente o principal candidato.

O estádio sofre com problemas estruturais mais explícitos desde janeiro de 2019, quando parte do reboco da arquibancada do lado A desabou após uma chuva. Este ano, o mesmo problema ocorreu horas antes do início de um clássico entre Remo e Paysandu, pela 7ª rodada do Parazão. Tanto que uma reforma mais ampla já estava prevista para ser iniciada em agosto.

Ainda de acordo com Gluck Paul, os clubes utilizaram o espaço para expor à Funtelpa questões financeiras e discutir custos para uma possível retomada da competição.

“Foi uma conversa muito boa, em que a gente pôde colocar a eles as nossas preocupações, o que a gente tem entendido sobre os custos do campeonato. Ficou muito claro que o Governo não tem condições de arcar com os custos dos protocolos que estão sendo desenhados. Isso é um ponto importante, também para a gente não ficar perdendo tempo imaginando se o Governo entraria ou não entraria com alguma coisa”, detalhou.

O presidente bicolor afirmou que a prioridade dos clubes é buscar todas as formas de viabilizar o retorno do torneio ainda em 2020, antes de desistir da retomada.

“Ficamos de apresentar para a Funtelpa um orçamento do que seria esse retorno de campeonato para a gente, para que a gente possa procurar uma solução juntos. A ideia é não haver intransigência de nenhuma parte. A gente não quer que fique a impressão, para ninguém, de que a gente decidiu não ter mais campeonato. A gente está se dispondo a procurar solução. Sabemos que é muito difícil, a situação de retorno é praticamente inviável, mas se for muito difícil, a gente vai trabalhar para ser possível. Na hora que ficar impossível, a gente pode dizer que fez de tudo e tentou”, argumentou.

Segundo Gluck Paul, uma alternativa pensada seria a entrada de um novo patrocinador, com dinheiro privado, para ajudar no custeio do Parazão.

“Da nossa parte, há a esperança de arrumar um patrocinador privado, que possa bancar esse retorno do campeonato junto com o Governo, que possa complementar esse valor que vamos encontrar agora e chamamos de custo de retorno. Foi uma primeira rodada de diálogo e a gente vai continuar conversando nesse sentido para poder buscar uma viabilidade ou concluir que não há viabilidade. Fica ruim, da nossa parte, dizer preliminarmente que o campeonato ficou inviabilizado sem a gente tentar uma alternativa antes”, concluiu.

Globo Esporte.com, 09/06/2020

2 COMENTÁRIOS

  1. Por mim, não teria mais esse campeonato, ninguém campeão, aconteceu algo de força maior o campeonato paraense de 2020 fica sem campeão. Distribui o dinheiro da funtelpa pelos clubes e estes pensem no campeonato da série C ( rexpa) e série D pra quem vai disputar, porque nem copa verde deveria ter também. Como imaginar que vai ter tudo isso de campeonato espremido em alguns meses de 2020, já estamos no mês de junho e o primeiro semestre já era. Melhor salvar um campeonato do que querer se agarrar em 3 e naufragar de qualquer jeito.

  2. É uma vergonha ver o maior palco esportivo do nosso estado nesta situação, já fazia tempo que ele vinha pedindo socorro por uma reforma.

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