Hélio Borges
Hélio Borges

Em geral, jogadores da região são acima da média em força e velocidade, na percepção do técnico bicolor Hélio dos Anjos. Isso é diferencial importantíssimo no futebol tão intenso da atualidade.

O fisiologista azulino Erick Cavalcante atribui esse diferencial fisiológico dos paraenses ao nosso clima, sobretudo pela elevada umidade do ar, que provoca alta transpiração. Suando demais, os atletas perdem muita energia, o que compromete rendimento e fomenta lesões.

Jogadores importados, dependendo de onde venham e de características fisiológicas, demoram a se adaptar ou nem se adaptam.

Erick Cavalcante observa que atletas mais fortes fisicamente se adaptam melhor, como o bicolor Nicolas, por exemplo, pela privilegiada reserva de energia.

Dupla Re-Pa se une em defesa da prata da casa

Um terço dos jogadores relacionados para cada jogo teria que ser Sub-23, como forma de abrir mais espaço para os frutos da base. Segundo o presidente remista Fábio Bentes, essa proposta é conjunta, de Remo e Paysandu, à FPF, para o regulamento do Parazão 2020.

A aprovação do regulamento se dá por adesão, à medida que os clubes inscrevem atletas no campeonato.

A proposta da dupla Re-Pa não poderia ser mais oportuna, diante das observações de Hélio dos Anjos e avaliação científica de Erick Cavalcante, destacando o diferencial de força e velocidade dos atletas da região. Vale a pena todos refletirem sobre o tema.

É sempre bom lembrar que nas melhores campanhas em competições nacionais, os times paraenses tinham base regional. Foi assim em todas as conquistas de Remo, Paysandu, Tuna e São Raimundo.

Aprofundar as análises, com base científica, da relação do nosso clima com o rendimento físico diferenciado dos atletas regionais, pode ser um forma de saltar do achismo para constatações incontestáveis e potencializar os nossos times reduzindo custos, elevando receitas.

O fisiologista Erick Cavalcante explica a questão por “resistência de potência”. Como reagem bem ao suor demasiado, fazem por mais vezes os movimentos mais desgastantes sem acusar tanto desgaste.

É bem o caso de Rony, ex-Remo, agora no Athlético (PR), que tem explosão muscular acima da média e dá sucessivas arrancadas durante o jogo sem perder potência. Com essa resistência absurda, ele impressiona os estudiosos.

Dentro dessa perspectiva fisiológica, é importante a repetição de peças importadas no Remo e no Paysandu para 2020. Afinal, são atletas que já experimentaram a alta transpiração provocada pelo nosso clima amazônico.

Mais importante ainda é a subida de atletas da base, amparados por compromisso dos clubes e condições novas de espaço.

Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 17/11/2019

7 COMENTÁRIOS

  1. Descordo totalmente… o jornalista se basea em um caso (Rony) para justificar a tese… e quantos exemplos ruins nós temos… (Léo rosa, jaquinha, Alex Ruan, Igor João, Betinho, jayme, edcleber e isso só no remo).
    Acredito que o que importa de fato e a qualidade seja de casa ou importado, mas na nossa base não tem investimento e vai na sorte de achar algum bom jogador…
    O ideal é investir na estrutra da base e buscar qualidade lá fora essa união e que vai fazer o time forte como em outras épocas…

    • Certo Vc citou os ruins na sua opinião e o Levy, Dadá, Tiago Cametá, Cicinho, Ameixa, Jhonnatan, Gabriel Lima, Kevem, Rony, Djalma, Raul são o quê na sua opinião? Os jogadores regionais tem sim que ser valorizados pois são o motor do time muitas das vezes, claro alguns não vão corresponder mas outros sim eles que vão ai dar velocidade ao time aquele gás enquanto os jogadores importados devem ser aqueles jogadores técnicos que sejam os diferenciados para comandar o meio campo pois dificilmente tem um jogador paraense no meio campo, a maioria dos jogadores paraenses se destacam jogando nas laterias, ou atacante de velocidade ou mesmo na zaga.

      • Não entendi… os exemplos de bons jogadores da base são Levi? Djalma? Thiago Cameta? Jonathan? Dessa relação tu tens 3 bons jogadores (Rony, GL e Raul), até o ameixa ainda não mostrou nada…e de quantas gerações? Pelo menos umas 7… o que importa não é correr e sim correr certo, mostra qualidade… como mais um exemplo, temos o times do para que jogam a 4 divisão, são formados em 80 a 90% por jogadores regionais e onde chegam? Só temos o exemplo do São Raimundo em todos os anos de existência dessa divisão…
        Antigamente quando o futebol não era profissional era possível jogar assim… hoje em dia não da… Repito um resultado a curto prazo tem que aposta na qualidade… pega os jogadores da base que tem qualidade e traz de fora com qualidade…

  2. Darinta, Chico Monte Alegre, Marinho, Kika, Anderson, Mesquita, Leônidas, Gonzaga, Paulo Robson, Careca, Rosemiro,Bira,Velber, Edson Cimento, Lupercilio

  3. Quando o REMO ganhou seu unico titulo brasileiro, era formado com metade de jogadores regionais LANDU, MARQUINHO BELEM,MAGRAO,
    JOAO PEDRO.Esses ai se matavam em campo.

  4. Investir nas divisões de base é uma boa estratégia para manutenção do clube, visto que eventuais revelações poderão servir para o time profissional ou mesmo serem negociados. Entretanto, sempre será necessário fazer contratações externas para fortalecer um time que deseja conquistar títulos.
    Se a base resolvesse todos os problemas de um clube, o Vitória (BA) seria o maior conquistador de títulos do Brasil, já que faz um excelente trabalho de base. E o Santos (SP), o time todo é formado com jogadores da base? Claro que não. Mesmo que o clube tenha uma ótimo estrutura para formar jogadores, nem sempre vai brotar um time inteiro numa geração. No máximo surgem uns 03 ou 04 jogadores medianos, com algum potencial.
    O ex-técnico Murici Ramalho, durante um programa de TV que debatia a formação de jogadores no Brasil, foi taxativo ao afirmar que é preciso investir sim, mas sempre será necessário que o clube tenha patrocinadores para contratar bons jogadores. Ele citou o São Paulo (SP), quanto ele treinava o time. Disse que tinha ano que não se conseguia aproveitar nenhum jogador da base para o profissional. Aí então o jeito era contratar um de de fora, revelado por um outro clube.

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